Depois de ter seu crânio aberto para a busca por uma suposta bala alojada, o músico Mingau foi submetido a um procedimento cirúrgico para “aliviar” a pressão do interior da cabeça. O procedimento se chama “craniectomia descompressiva”, esse tratamento foi indicado pelo neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira, responsável pelo caso do artista, e durou cerca de duas horas e meia.
Essa é a segunda vez que os médicos optam por uma intervenção cirúrgica. Na primeira vez, eles temiam que a bala estivesse alojada no interior do crânio, de maneira indetectável por exames. Durante a entrevista coletiva para jornalistas que foi realizada nesta terça (5), os médicos explicaram que não havia bala alguma. Segundo eles, o projétil atravessou o crânio do paciente no momento do disparo –ou seja, entrou e saiu quase que ao mesmo tempo.
Thiago Romano, coordenador médico da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Luiz do Itaim, em São Paulo, já havia alertado que a pressão intracraniana poderia se tornar um problema. “Geralmente, traumas dessa magnitude apresentam três fases de evolução: desfecho imediato; um inchaço cerebral, em que a pressão intracraniana é um desafio; e por último a fase de vigilância, que é o despertar e a reabilitação”, disse, durante a coletiva.
Ele também afirmou que existe um cateter na cabeça do paciente para facilitar o monitoramento da pressão. O paciente ainda está sedado pelo uso de medicamentos específicos –método popularmente conhecido como “coma induzido”– e é auxiliado por ventilação mecânica. Seu estado é grave, e ainda não dá para saber se ele acordará com sequelas.
Por conta da gravidade do tiro, a recuperação do baixista é lenta. A bala entrou pela frente da cabeça, do lado esquerdo –região do cérebro cuida das funções motoras do corpo, como linguagem e visão.