Mariana Goldfarb, a nossa sereia fitness que sempre parece forte e centrada, tá focada em abrir uma parte da vida dela que é de cortar o coração.
Ela participou da campanha do Ministério Público do Rio de Janeiro pelo fim da violência contra as mulheres e trouxe um relato que deixa qualquer uma tocada, porque, infelizmente, é a história de tantas mulheres nesse país.
“Não é amor. E acho que nunca foi amor. A gente acha que não vai acontecer com a gente, mas acontece. Consegui sair num momento que eu tinha só mais 5% de oxigênio. Ou usava aqueles 5% naquele momento, ou ali eu ia morrer”
Amadas, quando ela fala isso, parece até que a gente sente junto o sufoco. Mariana, que já foi casada com Cauã Reymond, não cita nomes e nem faz sensacionalismo, mas entrega a experiência com uma honestidade que dá vontade de abraçar essa mulher.

Ela conta que percebeu que estava em um relacionamento abusivo, mas como acontece com muitas, não conseguia nomear a violência, e aí vem o tapa invisível da violência psicológica.
“A violência psicológica não deixa marca visível. Mas, ao mesmo tempo, agora, olhando para trás, consigo, sim, ver a violência psicológica se transformando no meu corpo em formas de queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, doença como a anorexia. Essa tortura psicológica que aparece em forma do tratamento de silêncio, que é insuportável, tudo é para te desestabilizar e é tudo sobre controle.”
Mariana também revelou que acabou usando a bebida como tentativa de anestesiar a dor.
“É tudo sobre poder, dominação e controle. Eu nunca sabia direito o que viria. Era sempre um pisar em ovos. Era sempre uma coisa muito extenuante fazer de tudo para que terminasse bem, e não vai terminar bem. Eu comecei a beber muito. A gente vai procurando subterfúgios também para anestesiar a dor.”
E quem já viveu esse tipo de relação sabe: a pessoa vai sendo isolada e enfraquecida. Aquela sensação de ser diva e poderosa? Pode esquecer.
“Não é simples você sair, existe uma coisa de dependência, o problema desse tipo de relação é que ela vai na sua identidade, na maneira como se enxerga no mundo, como é. A partir do momento que você não sabe quem é, que sua identidade foi aniquilada, é como se a gente fosse um zumbi. O problema de ouvir durante muito tempo que você não é capaz, é que uma hora acaba acreditando.”

É ou não de partir o coração? E mesmo recebendo críticas no início do ano por falar do assunto, Mariana segue firme, compartilhando relatos de outras mulheres e mostrando que não vai se calar.
E ela deixa claro que não precisa citar nomes pra lutar contra algo tão urgente.
E euzinha aqui digo pra vocês, gatas: se uma mulher da força da Mariana quase perdeu tudo, imagina quantas outras estão ali nos seus 5% sem saber como respirar?
Amadas da Katia, não se calem e sejam fortes!