Maria Zilda Bethlem, conhecida por suas atuações marcantes entre as décadas de 1970 e 2010, decidiu tomar uma atitude inédita: processar a Globo por conta dos baixos valores recebidos pelas reprises de suas novelas. A atriz entrou com uma ação na 28ª Vara Cível do TJ-RJ, buscando um pagamento mais justo pelas reexibições.
Documentos da ação, obtidos pela coluna de Gabriel Vaquer do F5, revelam que Maria Zilda, contratada pela emissora por 40 anos, enfrenta um cenário de confusão sobre os direitos conexos, já que não havia legislação ou contrato que definisse valores claros para essas reprises em TV por assinatura ou streaming. A defesa argumenta que a emissora não explicou adequadamente os valores pagos nos últimos anos, considerados irrisórios pelo mercado.

Em 2020, durante uma live no Instagram com Maria Padilha, a atriz já havia expressado sua insatisfação em relação aos pagamentos da Globo, mencionando que recebeu apenas R$ 237,40 pela novela “Selva de Pedra” (1986). “Pela lei, a gente ganha 10% de tudo o que ganhou na novela durante um ano. Então, para você ganhar R$ 237, é porque você ganhou isso por mês?”, questionou, demonstrando seu descontentamento.

A iniciativa de Maria Zilda visa criar um precedente para outros artistas que também têm se queixado dos pagamentos baixos. Entre eles, nomes como Mateus Solano, Tuca Andrada e Sonia Braga já levantaram suas vozes contra a emissora. Embora não especifique um valor na ação, a atriz espera que a Justiça exija da Globo uma revisão nos contratos, buscando um pagamento equivalente a 10% do valor estimado das obras.