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Kátia Flávia
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Lindomar Castilho. O que ninguém te contou sobre o Rei do Bolero e por que esse caso ainda arrepia o Brasil

Ídolo popular, boleros de cortar o coração e um crime que saiu do bastidor direto para a história do país.

Kátia Flávia

21/12/2025 9h30

Ídolo popular, boleros de cortar o coração e um crime que saiu do bastidor direto para a história do país.

Todo mundo acha que conhece Lindomar Castilho. O rei do bolero, o homem do amor sofrido, o ídolo das rádios. Mas o Brasil conhece só metade da história. A outra metade é incômoda, pesada e ainda hoje arrepia. E é justamente essa parte que quase ninguém organiza direito.

Vamos ao que interessa.

1) Ele não era só cantor. Era fenômeno de massa
Lindomar não foi um acaso. Foi indústria. Disco vendendo, rádio tocando, plateia chorando. O bolero virou trilha sonora de um país que confundia paixão com posse. Ele cantava o que muita gente sentia, mas não sabia explicar. Aí mora o perigo, meu amor.

2) O romantismo que envelheceu mal
As letras que hoje soam exageradas eram vistas como prova de amor. Ciúme era charme. Sofrência era virtude. O tempo passou, a sociedade mudou, mas a conta chegou. E chegou alta.

Foto: Reprodução

3) O crime que ninguém consegue esquecer
Em 1981, Lindomar assassinou Eliane de Grammont durante uma apresentação em São Paulo. Não foi escondido, não foi longe dos olhos. Foi público, brutal e impossível de maquiar. Ali, o artista caiu e entrou em cena o réu. O país parou, engoliu seco e começou a discutir o que antes varria pra debaixo do tapete.

4) A cronologia que explica tudo, sem romantizar nada

•   1981: o assassinato que chocou o Brasil.
•   1984: condenação pelo júri.
•   Anos depois: progressões de pena, saída da prisão e um silêncio desconfortável em torno do nome.

5) A ligação com Ângela Diniz não é fofoca. É estrutura
Lindomar não teve relação direta com o caso de Angela Diniz. Mas os dois crimes conversam entre si como espelhos de uma época. Ambos foram tratados, inicialmente, como “crimes passionais”. Ambos expuseram o machismo institucionalizado. Ambos ajudaram a implodir a tese nojenta da “defesa da honra”.
Foi ali que o Brasil começou, ainda tropeçando, a entender que quem ama não mata. Nem canta bonito depois.

O nome de Lindomar volta aos trends não só pela morte, mas porque ele representa um ponto sensível da memória nacional. Um ídolo que caiu. Um crime que não envelheceu. Uma sociedade que precisou mudar na marra.

E é por isso, minha gente fina e elegante, que esse caso ainda arrepia. Não é nostalgia. É aviso.

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