Tô aqui correndo com o tender no forno, cabelo preso no grampo, celular no viva-voz, mas não posso deixar de ligar para a minha best , Leiloca , segura essa porque a resposta veio de salto alto e frase afiada. Leila Pereira ( Leiloca para íntimas) entrou no debate, expôs solidariedade total à jornalista Renata Mendonça e fez o que dirigente grande faz quando vê cena feia. Não passa pano. Não relativiza. Não finge que foi brincadeira.
Leila não precisou levantar a voz. Usou a frase que virou tapa simbólico na mesa.
“Pau que bate em Chico também bate em Maria”.
E emendou, sem anestesia. Bate mais em Maria. E bate pra matar.
Pronto. Em uma tacada só, desmontou o discurso torto do Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que resolveu trocar explicação por ataque pessoal quando foi questionado sobre o futebol feminino. Onde ele tentou normalizar a grosseria, ela escancarou o problema.
A fala de Leila não é lacração de rede social. É posicionamento institucional. É dirigente de clube gigante dizendo, com todas as letras, que ofender mulher não é debate esportivo, é machismo. Que atacar aparência não é argumento. Que jornalista não está ali para agradar cartola nervoso.
E tem mais. Ao defender Renata, Leila defende todas. Todas as mulheres que cobrem futebol, que perguntam o que incomoda, que mostram estrutura precária, que não aceitam puxadinho como centro de treinamento. A fala não é só sobre uma jornalista. É sobre um sistema que ainda tenta calar no grito.
Eu aplaudo de pé, com taça na mão. Porque enquanto uns se enrolam em microfone e bravata, outros deixam frase registrada. E frase bem colocada dói mais do que coletiva mal ensaiada.
Resumo da ópera, versão venenosa e factual.
Leila Pereira entrou em cena, bancou a solidariedade, expôs o machismo e colocou o debate no lugar certo. Quem acha exagero talvez esteja só incomodado por ouvir a verdade sem filtro.
