Menu
Kátia Flávia
Kátia Flávia

Leila Cordeiro dá aula de democracia, põe Zezé di Camargo no lugar e lembra como Silvio Santos entendia o Brasil

Com texto firme e memória de quem viveu o SBT por dentro, jornalista desmonta o beicinho político do cantor e separa convicção pessoal de interesse público.

Kátia Flávia

15/12/2025 10h45

foto jbr (46)

Leila explicou como a democracia funciona, em post rebatendo o vídeo publicado por Zezé. Foto: reprodução/redes sociais

Enquanto muita gente resolveu gritar, fazer vídeo, bater porta e transformar divergência política em espetáculo, Leila Cordeiro sentou, escreveu e fez jornalismo. Daquele que não levanta a voz, mas levanta o nível.

Em poucas linhas, a jornalista colocou ordem numa confusão que Zezé di Camargo resolveu espalhar pelas redes. Leila não discute gosto musical, não questiona carreira, não ataca pessoa. Ela faz o que sabe. Contextualiza, explica e lembra como a democracia funciona de verdade.

Zezé disse que vai pedir ao SBT a retirada de seu especial de Natal porque não gostou da presença de Lula, Janja, Alckmin e outras autoridades na inauguração do SBT News. Leila lembra o óbvio que anda em falta. Concessão de TV é institucional, não ideológica. Convidar a alta cúpula do Estado não é escolha partidária. É regra do jogo democrático.

E aqui vem o ponto que separa quem conhece televisão de quem só passa por ela.

foto jbr (45)
Leila Cordeiro desmonta Zezé di Camargo. Foto: reprodução/redes sociais

Leila trabalhou no SBT entre 1993 e 1997, conviveu com Silvio Santos vivo, presente e no comando, num ambiente plural, sem alinhamento partidário, sem patrulha ideológica, sem chilique de bastidor. E afirma com a tranquilidade de quem viu. Silvio convidaria qualquer governo legitimamente eleito.

Enquanto Zezé invoca um Silvio imaginário para justificar seu desconforto, Leila traz o Silvio real. O empresário que entendia o Brasil, o público e o papel social da televisão aberta.

Ela também faz a distinção que muita gente finge não entender. Zezé tem todo o direito de se posicionar politicamente. O que não faz sentido é pedir a retirada de um programa porque a emissora cumpriu seu papel institucional. Isso não é posicionamento. É confusão de papel.

Leila escreve com elegância, mas não passa pano. Lamenta que um artista com trajetória longa se deixe contaminar por uma visão estreita e lembra do básico. Antes dos interesses pessoais, existe o público. Sempre existiu.

whatsapp image 2025 12 15 at 10.27.37
Leila fala sobre o vídeo de Zezé e sua vivência no SBT. Foto: reprodução/redes sociais

E fecha com Milton Nascimento, porque quem entende de Brasil sabe onde buscar referência. Artista precisa ir onde o povo está. Não onde o ego manda.

A Kátia Flávia aplaude de pé, com direito a batom vermelho e olhar afiado.

Porque em tempos de gritaria vazia, Leila Cordeiro fez o mais revolucionário de tudo. Pensou, escreveu e lembrou que democracia não combina com birra. Combina com maturidade.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado