Amores, a cartunista Laerte descobriu um câncer de próstata depois de sentir dores e fazer exames de rotina. Ela contou que ficou surpresa, porque achava que não precisava mais se preocupar com isso. Mas como muitas mulheres trans, Laerte nasceu com características físicas masculinas e isso inclui a próstata.
Segundo médicos, mulheres trans também podem ter câncer de próstata, mesmo após cirurgia de redesignação sexual, porque a próstata geralmente não é retirada. Para quem faz terapia hormonal com estrogênio, o risco diminui, mas não desaparece.
Em entrevista a Folha, Laerte admitiu que demorou para fazer acompanhamento médico. Ela disse que ainda carregava a ideia errada de que “homens não vão ao médico”, e isso atrapalhou a prevenção.

Especialistas explicam que existe muita desinformação sobre saúde trans. E isso faz com que muitas mulheres trans não falem sobre exames de próstata, criando um tabu que pode atrasar diagnósticos.
A recomendação é clara: mulheres trans devem fazer o exame de PSA todos os anos a partir dos 50 anos, ou antes, se tiverem fatores de risco, como histórico familiar ou obesidade.
Laerte passou por cirurgia em 2023 e hoje está em recuperação. Ela enfrenta algumas dificuldades, como incontinência urinária, mas segue fazendo tratamento e alerta outras mulheres trans para cuidarem da saúde.
A mensagem é simples e urgente: não dá mais para ignorar que cuidar da próstata também é assunto de mulher trans.