Mesmo com o crescimento bilionário do mercado de eSports, o preconceito com a profissão de gamer ainda é um obstáculo para muitos jovens. O brasileiro Yuri Costa, que transformou a paixão pelos jogos em carreira, fala sobre os desafios de conquistar respeito e reconhecimento em uma área que exige disciplina, estratégia e dedicação.
Por muito tempo, jogar videogame foi visto apenas como lazer. Mas, para Yuri Costa, esse universo se tornou uma verdadeira profissão. Aos poucos, ele conquistou espaço no competitivo cenário dos eSports, participou de campeonatos e firmou parcerias com marcas, provando que ser gamer é muito mais do que “ficar na frente do computador jogando”. Ainda assim, Yuri confessa que o preconceito com a profissão é um dos maiores desafios que enfrentou desde o início da carreira.
“Muita gente acha que jogar é brincadeira, mas quando você está no palco com uma equipe, patrocinadores e metas, percebe o quanto isso é sério. Ser gamer é um trabalho que exige foco, estudo e responsabilidade. O preconceito só mostra o quanto as pessoas ainda não conhecem esse mundo”, afirma.
O preconceito, segundo ele, aparece de diferentes formas — desde o olhar desconfiado de familiares até os comentários nas redes sociais. “Quando eu dizia que queria viver de jogos, muita gente duvidava. Ouvi que era perda de tempo, que eu devia procurar um emprego ‘de verdade’. Mas hoje vejo essas mesmas pessoas acompanhando o crescimento dos eSports e entendendo que isso é uma indústria sólida”, conta.

Nos bastidores, a rotina de Yuri se assemelha à de um atleta tradicional: horas de treino diário, preparo físico, acompanhamento psicológico e metas de desempenho. Além de jogar, o profissional precisa manter presença digital, criar conteúdo e representar marcas. “É uma rotina puxada. A diferença é que a gente compete com controle e teclado, mas a cobrança é a mesma. É performance, é resultado”, explica.
Para Yuri, a mudança de mentalidade sobre o universo gamer vem acontecendo, mas ainda é lenta. Ele acredita que a nova geração tem um papel fundamental nesse processo, já que cresce enxergando os games como um campo de oportunidades. “Os jovens estão mostrando que o game pode ser profissão, arte, tecnologia e até ferramenta de aprendizado. A gente só precisa de respeito e reconhecimento, como qualquer outro profissional”, diz.
Com uma trajetória que inspira e quebra estereótipos, Yuri Costa continua expandindo sua presença nos eSports, mostrando que o sucesso vem não apenas da habilidade nos jogos, mas também da coragem de enfrentar preconceitos e seguir acreditando em um sonho que, para muitos, ainda é difícil de entender.