Evans Osei Wusu faleceu no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, enquanto aguardava refúgio. Originalmente, ele embarcou em Gana com destino ao México para realizar uma cirurgia na coluna. Evans não conseguiu entrar no país e foi deportado para São Paulo, onde teve dificuldades para obter atendimento médico.
Mensagens enviadas à família relatavam dores intensas e a urgência por uma consulta médica. Em áudios obtidos pelo g1, Evans relatou dores no peito e na coluna, destacando a necessidade urgente de cirurgia. A certidão de óbito indica que Evans morreu em decorrência de uma infecção urinária que evoluiu para uma infecção generalizada.
“Preciso urgentemente de sua ajuda. Estou com uma dor insuportável na coluna, viajei de Gana para o México para fazer uma cirurgia, mas infelizmente não fui internado, não sei o motivo. Estou humildemente solicitando uma cirurgia urgente na coluna aqui no Brasil, tenho dinheiro para pagar. Não posso viajar com segurança de volta para Gana por causa da minha condição”, falou ele.
E acrescentou: “Paguei por uma passagem de classe executiva de Gana para o México porque a econômica não era segura para mim. Meu retorno é em classe econômica porque sei que estarei forte e saudável após a cirurgia. Minha situação agora não me permitiria voar com segurança na econômica para Gana e minha dor está ficando insuportável. Por favor, me ajude a marcar uma consulta aqui no Brasil para minha cirurgia na coluna. Obrigado. É isso que devo apresentar a eles”.
Seu corpo foi enterrado no Cemitério Necrópole do Campo Santo em Guarulhos sem o consentimento da família ou notificação à Embaixada de Gana. A prima de Evans, Priscilla Osei Wusu, lamenta o ocorrido e pede justiça: “Precisamos prestar homenagem aos mortos; é algo muito importante em nossa cultura”.