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Kátia Flávia
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Hytalo Santos rebate denúncias e choca ao dizer que vídeos com adolescentes eram “cultura da periferia”

Em depoimento exibido pelo Fantástico, influenciador negou exploração de menores e causou perplexidade ao justificar rotinas gravadas com jovens.

Kátia Flávia

01/12/2025 8h21

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Hytalo Santos chegou a chorar durante depoimento. Foto: reprodução/TV Globo

O domingo terminou com um daqueles depoimentos que deixam qualquer pessoa plantada no sofá sem piscar. No Fantástico, Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, apareceram diante da Justiça para negar, ponto por ponto, todas as acusações de exploração de menores e tráfico humano que os cercam desde agosto. A defesa, recheada de justificativas e frases que já repercutem por todo o país, reabriu o escândalo com força total.

Segundo Hytalo, nada do que aparecia nos vídeos tinha caráter sexual. Para ele, tudo era reflexo da “cultura da periferia”, incluindo coreografias ousadas, roupas curtas e até performances que, para muitos, ultrapassavam qualquer limite razoável. A fala caiu como um raio: enquanto o influenciador dizia que só exibia a rotina do grupo, o público seguia perplexo, tentando entender até onde essa narrativa se sustenta.

O depoimento exibido pela Globo trouxe recortes diretos. Ao ser questionado sobre pornografia infantil, Hytalo respondeu sem rodeios: “Não, Vossa Excelência.” Em seguida, desabafou que se sentia constrangido por, segundo ele, ter ajudado tanto os jovens envolvidos e agora precisar responder a acusações que “doíam profundamente”.

A defesa também trouxe números. Hytalo admitiu faturar entre 400 mil e 600 mil reais por mês com os vídeos, e afirmou que os pais dos adolescentes recebiam parte desse dinheiro. Segundo ele, não havia contrato nem obrigação, mas um acordo tácito dentro de uma “criação compartilhada”.

Hyalo Santos em depoimento.

Um dos pontos mais delicados foi a relação com Kamylinha, adotada por ele aos 12 anos e frequentemente exibida em vídeos com forte conotação de dança sensual. Hytalo explicou que a considerava filha e que, dentro dessa relação, chegou a pagar pela cirurgia de silicone quando ela tinha 16 anos. Ele afirmou que tudo foi feito dentro da lei, com autorização necessária.

Israel Vicente reforçou a mesma linha emocional, dizendo que todos eram como filhos e que a dança teria sido o caminho para tirar os jovens de um contexto vulnerável. A narrativa, no entanto, divide opiniões e levanta questionamentos sobre limites, responsabilidades e omissões.

No desfecho, Hytalo lamentou que sua imagem nunca mais será recuperada, ainda que seja inocentado no futuro. “Onde eu chegar, vou ser visto como pedófilo, como abusador, como uma pessoa pervertida”, declarou. Um final amargo para um caso que segue em investigação e que ainda promete muitos capítulos.

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