Sete da noite. Nem um minuto antes, nem um depois. Boninho cruza a porteira de A Fazenda como quem entra num território que não é seu, mas age como se sempre tivesse sido. E talvez sempre tenha sido mesmo.
Lá dentro, ainda restam sete confinados que juravam já ter enfrentado todo tipo de pressão psicológica. Juravam errado. Dudu Camargo, sempre em modo combustão. Saori, atenta, com radar ligado. Luiz Otávio Mesquita, carregando sobrenome, expectativa e holofote próprio. Duda, discreta, mas afiada. Katy Maravilha, exagero assumido e orgulho do caos. Fabiano Morais, jogador de xadrez em tabuleiro torto. E Walerio, o tipo que prefere silêncio até o susto estourar.
Boninho não aparece para dar conselho nem fazer média. Ele entra para marcar território. Primeiro vem o aviso ao público, hashtag no ar, burburinho espalhado. Depois, o impacto direto nos peões, aquele segundo em que o cérebro demora a entender o que os olhos estão vendo.
Hoje rola o flash. Amanhã vem o conteúdo completo. Nada é por acaso. Nem a hora, nem o suspense, nem o susto calculado. Em reta final de reality, quem manda recado não cochicha. Grita entrando.
Se alguém ainda achava que A Fazenda estava em modo automático, Boninho chega para lembrar que, em televisão, conforto é inimigo do jogo.
