Se a voz grave de Cid Moreira embalava as noites do “Jornal Nacional”, agora o pós-vida do apresentador se transformou num dramalhão de tribunal. A fortuna de cerca de R$ 60 milhões virou alvo de um duelo familiar com direito a acusações, lágrimas e, claro, um laudo explosivo.
Segundo os filhos, Roger Felipe e Rodrigo Rezende, o testamento assinado em 2023, que deixava todo o patrimônio exclusivamente para a esposa, Fátima Sampaio, cheira a armação. Um perito grafotécnico contratado por eles apontou que a assinatura no documento não combina com as que Cid fazia poucos anos antes. Enquanto aos 93 anos o jornalista já apresentava tremores típicos da idade, no testamento aos 96 a assinatura aparece lisa, firme e quase jovial. “Bem provável que não seja dele”, cravou o especialista ao Domingo Espetacular.

E não para por aí. Os filhos acusam a viúva de ter feito um verdadeiro “raspa cofre”: segundo eles, 11 dos 18 imóveis do pai já foram vendidos e mais de R$ 40 milhões teriam voado para contas no exterior. Um roteiro de novela das nove, com direito a mansões desaparecendo mais rápido que a audiência da TV aberta.
Do outro lado, Fátima Sampaio sempre se defendeu: diz que o preconceito contra o casal era enorme e que foi injustamente tachada de “aproveitadora”. “Eu não posso gostar dele? Ele não merece ser amado?”, disparou em entrevista ainda em vida do marido, jogando a culpa nos enteados que, segundo ela, só pensavam em herança.

Cid, vale lembrar, faleceu em outubro de 2024, aos 97 anos, após um mês internado em Petrópolis. Antes disso, já havia deserdado os filhos oficialmente, alegando mágoas e processos judiciais que o incomodaram em vida.
Agora, a Justiça terá a palavra final. Uma perícia oficial deve confirmar ou derrubar as suspeitas sobre a assinatura. Até lá, a herança do eterno “boa noite” segue sendo disputada como se fosse o prêmio acumulado da Mega-Sena, e cada capítulo promete mais veneno que novela mexicana.