Amadinhos, estou na Áustria, mas meu zap não para, minhas amigas me ligando, mandando mensagens me falando do último auê, o chanceler alemão Friedrich Merz resolveu brincar de turista ranzinza e, lá de Berlim, soltou que jornalistas “ficaram felizes” de deixar “aquele lugar” como se Belém fosse um puxadinho improvisado da selva e não a porta de entrada da Amazônia que o mundo inteiro precisa respeitar.
Mas Helder Barbalho não deixou passar. Foi certeiro, direto e com elegância nordestina misturada à paciência curta que só quem vive no calor de verdade entende. Disse que é “curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia”. Tradução: meu filho, antes de reclamar do sol daqui, olha o estrago climático que vocês fizeram aí.

Helder chamou o comentário de preconceituoso, e com razão. Porque Merz não escorregou, ele escorregou, tropeçou e ainda quis posar de engraçado. E a piada acabou revelando mais sobre a visão colonizada dele do que sobre Belém.
Pra completar o fiasco, jornalistas alemães que estão no Brasil garantem que Merz é figurinha repetida em gafes de gosto duvidoso. O histórico inclui desde xenofobia explícita até respostas atravessadas dignas de político que perdeu o filtro e nunca mais achou.

Enquanto isso, Helder deu o melhor recado possível: o Pará não precisa da aprovação de ninguém para existir. Mas quem vier com desdém, volta com resposta na medida.
E terminou perguntando quem tem orgulho do Pará e do Brasil. A mão levantou e levantou forte.