Gramado, aquela Gramado de frio calculado, luz de Natal milimetricamente posicionada e clima europeu para inglês ver, teve um susto fora do roteiro na madrugada. A gravação do clipe de abertura do tradicional especial de fim de ano de Roberto Carlos precisou ser interrompida após um incidente envolvendo o Cadillac conduzido pelo cantor.
De acordo com comunicado oficial da Comunicação Globo, houve uma falha no sistema de freio do veículo, que acabou atingindo três carros da equipe do artista. Roberto Carlos e outras três pessoas foram encaminhados ao Hospital Arcanjo São Miguel para a realização de exames e, felizmente, todos foram liberados.
Euzinha estava em Gramado, devidamente instalada, observando de perto esse bastidor que não entra no corte final do especial. Não houve pânico, não houve espetáculo, não houve drama exagerado. Houve silêncio, protocolo e aquele clima denso que só quem conhece televisão entende. Quando algo sai do controle, mesmo que por minutos, o ar muda.
O incidente aconteceu justamente durante a gravação do clipe que abre o especial, peça-chave do pacote visual que a Globo prepara todos os anos com zelo quase litúrgico. Gramado foi escolhida como cenário para reforçar a estética natalina, com ruas iluminadas, arquitetura europeia e aquele ar de cartão-postal que conversa direto com o público de dezembro.
E o especial segue grandioso. Além do próprio Roberto Carlos, a gravação contou com participações de nomes como Sophie Charlotte, além de outros convidados que transitam entre o clássico, o popular e o afetivo, tudo pensado para costurar música, memória e emoção. A aposta é alta, o investimento também.
O susto não comprometeu a continuidade do projeto, mas serviu como lembrete. Nem o Rei, nem o luxo, nem o cenário perfeito estão imunes aos imprevistos da vida real. Mecânica não respeita roteiro, e bastidor sempre cobra seu pedágio.
No fim, tudo ficou bem. Exames feitos, equipe liberada, gravação retomada. Gramado voltou ao seu papel de vila encantada e o especial segue para a edição final. A Kátia, socialite e supersticiosa, trocou de casaco, respirou fundo e anotou mentalmente. Porque quando até o silêncio de Gramado faz barulho, é sinal de que a história merecia ser contada.
