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Kátia Flávia
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Governo Lula jura que não fez publi no fim de Vale Tudo, mas o roteiro pareceu um briefing da Secom

Cena do capítulo final da novela enalteceu no nosso país em tom parecido ao das propagandas do Planalto após o tarifaço de Trump

Kátia Flávia

19/10/2025 20h00

Cena do capítulo final da novela enalteceu no nosso país em tom parecido ao das propagandas do Planalto após o tarifaço de Trump

Gente, até agora eu não consegui digerir esse final horrendo de Vale Tudo. Poxa, Manu Days, porque destruístes essa obra prima em forma de novela? Eu estava com algumas amigas aqui em casa e uma delas chegou a comentar uma coisa que sobre uma possível publi do governo no meio da novela.

Só que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prontamente negou ter feito publicidade no capítulo final da novela “Vale Tudo”, da TV Globo. A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) se manifestou neste sábado (18.out.2025) que a cena exibida na noite de 6ª feira (17) com referências de pró-campanha de Lula sobre soberania “não se trata de ação de comunicação do Governo Federal”. A resposta da pasta comandada pelo ministro Sidônio Palmeira acontece após a repercussão de um diálogo em que personagens exaltam qualidades do Brasil.

Na cena de quase 2 minutos, os personagens Bartolomeu e seu filho Ivan conversavam sobre exportação de aviões, comida e energia limpa – temas que coincidem com o conteúdo de propagandas promovidas pelo governo nos últimos 2 meses. O último capítulo da novela das 21hs da Globo teve 23,4 pontos de média geral de audiência, segundo dados prévios do Kantar Ibope.

Em julho deste ano, o governo Lula lançou a propaganda “Brasil com S”, enfatizando aspectos como o SUS (Sistema Único de Saúde) – também mencionado no capítulo de “Vale Tudo”. Em 31 de agosto, foi lançada outra campanha publicitária em tom patriótico fazendo contraposição ao tarifaço de Trump. O PT usou seu horário de propaganda partidária na mesma linha.

O Planalto usou intensamente o discurso da soberania nacional após 9 de julho de 2025, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Então, Sidônio Palmeira viu uma oportunidade de marketing nessa situação e apropriou-se da narrativa, antes associada a partidos de direita e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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