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Kátia Flávia
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Gerson Fogaça transforma censura em arte e estreia em grande estilo na Argentina

Laçado da polêmica à consagração, o artista leva sua obra de 5 metros antes vetada no Brasil ao Museu Carlos Alonso, em Mendoza

Kátia Flávia

31/10/2025 18h00

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Com uma trajetória marcada por coerência estética e potência gestual, Gerson Fogaça já expôs em instituições de prestígio. (Foto: divulgação)

O artista plástico Gerson Fogaça inaugura no próximo 7 de novembro de 2025, às 20h, a exposição “Caos In Itinere”, no Museu Carlos Alonso, em Mendoza (Argentina). A mostra ocupa os três andares do museu e apresenta 39 obras produzidas entre 2007 e 2025, revelando quase duas décadas de criação movidas por energia, cor e emoção.

Com curadoria da franco-argentina Patrícia Avena Navarro, a exposição se concentra no período de 2013 até hoje, fase em que o urbano se transforma em linguagem, pulsação e gesto.

Nas telas de Fogaça, a cor se torna movimento e o gesto vira manifesto. Cada obra vibra como um balé urbano, onde o figurativo e o abstrato dançam em harmonia, traduzindo o instante e o eterno, o caos e o silêncio.

A obra que o Brasil tentou calar

Em 2019, uma pintura monumental de 5 metros de largura foi retirada da exposição “O Sangue no Alguidá”, no Museu dos Correios (Brasília), a poucas horas da abertura. Inspirada na literatura de Pedro Juan Gutiérrez e no realismo sujo latino-americano, a mostra foi censurada sem explicações oficiais.

A arte falou mais alto

Em menos de 24 horas, o conjunto foi reinstalado no Museu Nacional de Brasília, onde o público lotou as salas e transformou a polêmica em símbolo de resistência. A repercussão ecoou em todo o país, reforçando o papel dos museus como espaços de liberdade, pensamento crítico e expressão artística.

Agora, a mesma obra retorna à cena não como denúncia, mas como celebração. Uma volta por cima monumental, que consagra Fogaça como voz de coragem e criação no cenário latino-americano.

Com uma trajetória marcada por coerência estética e potência gestual, Gerson Fogaça já expôs em instituições de prestígio como: Casa de América Latina (Lisboa), Casa Brasil (Bruxelas), Galería Luz y Oficio (Havana), Museu Nacional da República (Brasília), MAC/GO, MAG Museu de Arte de Goiânia, Centro Cultural Las Rozas (Madri), ACA Art Concept Alternativa (Santander), Museo de Arte Alejandro Otero (Caracas) e Sanger Gallery – The Studios of Key West (EUA).

Em Mendoza, o artista reafirma o lugar da arte brasileira contemporânea como expressão de liberdade, cor e pertencimento.

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Com uma trajetória marcada por coerência estética e potência gestual, Gerson Fogaça já expôs em instituições de prestígio. (Foto: divulgação)

Próxima parada: Espanha

Após Mendoza, Fogaça segue para a Espanha com a mostra “Na Curva do Tempo”, sob curadoria de Dayalis González Perdomo, no Centro Cultural Lecrac, em Palência.

A exposição integra o circuito que celebra a irmandade entre Palência e o Rio de Janeiro, representada pelos monumentos Cristo del Otero e Cristo Redentor.

A abertura oficial ocorre em 18 de novembro de 2025, e a mostra permanece em cartaz até 8 de dezembro de 2025, ampliando o diálogo entre culturas e reafirmando o papel da arte como ponte entre povos.

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