Gente, não é possível. Vou ter que me mudar pra Penha ou Balneário só pra dar expediente no Beto Carrero com a Galinha Pintadinha? Já avisei que sou “prima” da dona Galinha, íntima, chegadíssima, e agora essa criatura resolve ganhar área própria no parque. Amei, amei, amei. Mas assim, alguém resolve isso antes que eu comece a procurar apartamento com vista para montanha-russa. A chegada da Galinha Pintadinha ao Beto Carrero World, anunciada para 2026, não é mimo para criança nem carinho nostálgico para adulto emocionado. É movimento pesado de mercado, daqueles que misturam afeto, audiência, dinheiro e domínio cultural. A Galinha não está visitando o parque. Ela está se instalando.
O anúncio vem junto da comemoração dos 34 anos do Beto Carrero World e sela uma parceria que muda o jogo da área infantil no turismo brasileiro. Área temática inédita, imersiva, com atrações próprias, shows exclusivos, brinquedos, fotos, loja oficial e a promessa de colocar as crianças literalmente dentro do universo do desenho.
Isso não é personagem. É franquia em estado puro.
E os números explicam por que ninguém aqui está brincando.
A Galinha Pintadinha soma mais de 65 milhões de inscritos no YouTube, 15 milhões de visualizações diárias, o equivalente a lotar o Maracanã mais de 250 vezes por dia. São 380 milhões de streams, 22 milhões de downloads do aplicativo e presença em 193 países. Não é conteúdo infantil. É potência global com sotaque brasileiro.
Do outro lado, o Beto Carrero World segue reforçando sua posição como segundo melhor parque temático do mundo, segundo o Travellers’ Choice Awards 2025, e o maior da América Latina. Um parque que entende, há anos, que emoção vende mais quando vira experiência física, não só lembrança digital.
Alex Murad, CEO do parque, fala em criar memórias afetivas. Kátia Flávia lê nas entrelinhas. Criar recorrência de público, fidelizar famílias e garantir que a criança volte, cresça e traga a próxima geração pela mão.
Juliano Prado e Marcos Luporini, criadores da Galinha, sabem exatamente o que estão fazendo. Depois de dominar tela, playlist e aplicativo, agora dominam território real. A Galinha sai do desenho e entra no mapa turístico do Brasil.
E não para por aí. O parque vem embalado por outras expansões, como a maior Pizza Hut do Brasil dentro de um parque temático, atrações imersivas como Hot Wheels Turbo Drive e experiências cada vez mais cenográficas. Tudo conversa com a mesma lógica. Permanência, tempo de permanência e gasto emocional convertido em consumo.
A Galinha Pintadinha não cresceu. Ela escalou. E agora tem endereço fixo no imaginário e no turismo brasileiro.
