Prepare o lencinho e segure o coração, porque essa história é de cortar a alma! A influenciadora e ex-atriz pornô trans Marcela Dimov, natural de Mauá, no ABC Paulista, abriu o jogo como nunca antes e revelou os bastidores de uma dor que ainda sangra: a morte trágica do namorado e a luta solitária contra a depressão.
Hoje morando na Inglaterra, onde reconstrói a vida como modelo no OnlyFans e dona de uma microempresa, Marcela conta que precisou fugir do Brasil para não afundar de vez. “Foi uma escolha entrar para o pornô. Eu queria ter sucesso de alguma forma e esse foi o caminho mais rápido que encontrei”, explica, com a sinceridade que só quem já sentiu na pele a dureza do julgamento consegue ter.
“Sempre gostei muito dos holofotes, das câmeras, de ser reconhecida. Mas o que mais me machucava era o julgamento das pessoas por essa mesma escolha”, dispara. E completa: “Era respeitada por muitos, e desrespeitada com a mesma intensidade.”

Mas tudo mudou quando Arnaldo Véspero Neto entrou em sua vida, e mudou tudo para sempre. O encontro, digno de roteiro de filme romântico, aconteceu numa festa em São Paulo. “Eu fui sozinha e ele também. Acabamos nos aproximando e, com dois meses, começamos a namorar”, conta.
Arnaldo foi essencial para a virada de chave em sua carreira. “Ele criou minha conta no OnlyFans, trabalhou nela pra eu crescer e poder viver só da plataforma. Como ele não curtia a ideia de eu gravar com outras pessoas, foquei só em conteúdos solos.”
Mas por trás do amor, havia um silêncio devastador. “Ele sofria com depressão por questões familiares e o fato de eu ser uma mulher trans era um problema pra terceiros. Ele tentava me proteger de tudo, nunca demonstrava o que estava sentindo. Até que um dia ele não aguentou e tirou a própria vida”, revela Marcela, com a voz embargada.

“Ele deixou tudo organizado pra que eu pudesse continuar meu trabalho, avisou pessoas importantes… Foi um choque.”
A dor foi avassaladora. “Não só pela dor de perder alguém que eu amava e amo, mas pela culpa. Talvez o que eu sou tenha influenciado nisso. Sinto que podia ter feito mais…”, confessa, abrindo o coração como nunca antes.
“Fiquei meses mal, em depressão profunda. Até que decidi recomeçar. Me mudei do Brasil, fui pra Inglaterra. Era isso ou afundar de vez.”
Na nova fase, sozinha e longe de tudo, ela contou apenas com uma amiga. “No começo foi muito difícil. Dói, a saudade da família aperta. Mas aos poucos a gente acostuma. Todos os momentos traumáticos da minha vida eu sempre fugi, sempre recomecei. Me mudar foi minha forma de sobreviver.”

Hoje, ainda cicatrizando as feridas, ela se apoia nas conquistas para seguir. “Meu maior desafio foi e ainda é estar longe da minha família, perder momentos, o crescimento dos meus sobrinhos. Mas tento focar no que conquistei. Tenho minha empresa, meu trabalho online e sigo vivendo um dia de cada vez. Ainda dói, mas estou viva, e isso já é muito.”
Que história, hein? Um misto de dor, superação e coragem de recomeçar. Marcela Dimov prova que, mesmo depois da maior escuridão, ainda pode haver luz. E que ser forte, às vezes, é só continuar existindo.