Meu amor, o Brasil acordou hoje com aquele clima de novela mexicana escrita por alguém ligeiramente desocupado e altamente dramático. Eis que surge Bruno Ferrari, 29 anos, um garoto de Franca com mais coragem que filtro do Instagram, anunciando ao mundo que encontrou simplesmente Elize Matsunaga durante um passeio casual pela rua. Sim, ela mesma. A protagonista involuntária do crime mais comentado de 2012, agora vivendo sua vida, adotando cachorro, costurando roupinhas pet e tentando passar despercebida como quem compra pão na esquina.
Só que não passou. A tia do Bruno, essa verdadeira produtora de conteúdo espontâneo, resolveu perguntar se ele podia tirar uma foto com ela. E Elize, que hoje parece mais adepta do perfil low profile fofinha, topou. Conversou, sorriu, quis saber onde ele morava, e foi simpática a ponto de deixar o pobre Bruno congelado, tremendo igual vara verde. Ele mesmo confessou. Gelei, disse ele. Gelei. E ainda arrematou com um sou muito fã dela. A internet fez o quê? Desmaiou, caiu dura e reviveu pra comentar de novo.
O menino postou a foto, jogou um Nossa diva Elize na legenda e aí pronto, minha filha. O caos. A curiosidade. O comentário. A timeline virou um carnaval de incredulidade. O encontro aconteceu enquanto ela passeava tranquilamente com o cachorro, vivendo sua fase pós-Uber, dedicada agora ao lucrativo e felpudo universo das roupinhas pet. Elize costura, vende, tem loja e segue reconstruindo a vida. Quase ninguém imaginava que uma simples ida à rua resultaria num viral desses.
E antes que alguém esqueça, vale o contexto. Elize foi condenada a 16 anos pelo homicídio e esquartejamento do marido, ficou presa cerca de 10 anos e saiu em 2022. Cumpre o restante da pena em liberdade e, como ficou claro nesse episódio, circula pela cidade trocando palavras e selfies com quem tiver peito de pedir.
No fim, o que fica é esse retrato inacreditável da cultura pop brasileira. Aqui, meu bem, até um encontro ao acaso com uma figura que protagonizou um dos casos mais marcantes do país vira trend, meme, discussão, choque e entretenimento. Bruno saiu feliz da vida com sua foto. A internet saiu em combustão.
E nós? Nós seguimos, como sempre, apenas observando essa ópera tragicômica onde cada esquina esconde uma pauta que só o Brasil sabe produzir.
