A evolução tecnológica dos veículos transformou o modo como se faz manutenção automotiva no Brasil. Se antes o mecânico era associado ao conhecimento empírico e à experiência prática, hoje o setor exige domínio técnico, leitura de sistemas eletrônicos e atualização constante. Essa mudança tem colocado em destaque um novo perfil de profissional: o especialista em diagnóstico eletrônico.
Para o tecnólogo Maurílio de Assis da Silva Júnior, sócio-proprietário da Lilo Auto Center, em Guaratinguetá (SP), o mercado automotivo vive uma fase de transição que exige preparação e conhecimento aprofundado. “Os veículos modernos funcionam como computadores sobre rodas. Cada sistema motor, freios, câmbio, injeção depende de sensores, módulos e softwares que precisam ser interpretados corretamente. Sem diagnóstico eletrônico preciso, o reparo se torna tentativa e erro”, explica.

Formado em Eletrônica Automotiva pelo Centro Paula Souza (Fatec Taubaté) e técnico em Elétrica Automotiva pelo Senai, Maurílio acumula anos de experiência em manutenção de veículos leves e pesados, abrangendo motores a gasolina, etanol e diesel. Seu trabalho à frente da Lilo Auto Center reflete a transição do setor para um modelo mais técnico e orientado à eficiência.

Segundo ele, a principal dificuldade ainda está na defasagem de formação. “O ritmo de atualização dos cursos técnicos e a chegada de novas tecnologias não caminham no mesmo compasso. Muitos profissionais acabam sendo surpreendidos por veículos que exigem leitura de parâmetros, interpretação de códigos de falha e domínio de equipamentos específicos”, comenta.

O diagnóstico eletrônico não é apenas uma etapa da manutenção: tornou-se o eixo central das oficinas modernas. Com sistemas integrados, falhas em um componente podem afetar todo o funcionamento do veículo. “Um erro de leitura pode gerar prejuízos altos. O profissional precisa entender o comportamento elétrico e eletrônico do carro, e não apenas trocar peças”, reforça Maurílio.

Além da capacitação técnica, o especialista defende que o setor automotivo brasileiro precisa investir em cultura de atualização contínua. “A tecnologia embarcada não para de evoluir. O mecânico do futuro é, na verdade, um analista de sistemas automotivos. É isso que vai diferenciar quem sobrevive no mercado”, conclui.
O avanço dos veículos híbridos, elétricos e conectados amplia ainda mais esse desafio, exigindo profissionais com formação sólida e estrutura compatível. Nesse cenário, o trabalho de especialistas como Maurílio Júnior representa um exemplo do novo perfil técnico que o mercado exige — aquele que une conhecimento, precisão e responsabilidade na manutenção de veículos cada vez mais complexos.
Maurílio de Assis da Silva Júnior é tecnólogo em Eletrônica Automotiva pelo Centro Paula Souza (Fatec Taubaté) e técnico em Elétrica Automotiva pelo Senai. É sócio-proprietário da Lilo Auto Center, em Guaratinguetá (SP), e especialista em diagnóstico eletrônico de veículos leves e pesados, atuando com motores a gasolina, etanol e diesel.