Há acontecimentos que transcendem a notícia. Este é um deles. A poucos dias do embarque, doze jovens aprendizes de Goiás vivem a contagem regressiva para uma experiência que ultrapassa fronteiras, mapas e expectativas. Eles são de Valparaíso, Rio Verde, Mineiros e Trindade , cidades que agora se tornam sinônimos de orgulho, superação e esperança.
No dia 21 de outubro, esses jovens embarcam rumo a Londres, onde participarão do intercâmbio “Caminhos da Ciência” Rumo a Londres”, promovido pela Demà Aprendiz, em parceria com o Governo de Goiás, por meio do Goiás Social e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS).
Durante 11 dias, o grupo viverá uma imersão educativa e cultural em alguns dos espaços mais emblemáticos do conhecimento mundial , entre eles, a Universidade de Oxford, o Museu de História Natural, o Museu de Ciências e a escola Lycée Internacional Winston Churchill.
O propósito é grandioso: aproximar a juventude goiana da ciência, da história e da cidadania global, mostrando que a educação é o verdadeiro passaporte que muda destinos. E é impossível não se emocionar diante da delicadeza do que isso representa: filhos do cerrado atravessando o Atlântico para respirar o ar onde o saber nasceu.

Nos preparativos, o clima é de orgulho e lágrimas contidas. “Meu coração está transbordando de alegria”, disse Lorena Rocha, uma das selecionadas, com o brilho de quem já compreende a dimensão do momento. Para João Gabriel Kotke, a viagem é símbolo de reconhecimento e esforço coletivo: “Essa experiência representa a chance de aprender de um jeito novo.”
As famílias acompanham com o mesmo encantamento. “É a prova de que o acesso ao conhecimento muda destinos”, afirmou Márcia Corrêa, mãe de uma das jovens. Já Simone Aparecida Alves chamou o feito de “vitória familiar”, definindo o sentimento de milhares de pais goianos.
De acordo com Juan Moreno, diretor da Demà Aprendiz, o intercâmbio é mais que um prêmio, é um rito de transformação: “Esses jovens voltam diferentes, e multiplicam o que viveram nas suas comunidades.”
O superintendente da SEDS, Ricardo Costa, reforça: “Levar jovens goianos para vivenciar o caminho da ciência no exterior é uma experiência que marca toda uma geração.”
E o mais bonito é perceber que, mesmo atravessando oceanos, eles levam com eles o calor da terra natal, o sotaque doce de Goiás e a certeza de que o mundo é pequeno para quem carrega grandeza por dentro.
De Oxford ao cerrado, o elo está feito: a juventude goiana acaba de mostrar que a elegância do conhecimento também tem endereço brasileiro, e que o futuro, às vezes, chega de mala, passaporte e coração cheio.