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Kátia Flávia
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Da Disney à Warner Chappell, Gabriella Di Grecco assume o desafio de ser artista em muitas frentes

Atriz de TV e teatro musical, compositora e diretora de videoclipes, ela simboliza uma geração que aposta na integração entre linguagens como marca de identidade

Kátia Flávia

09/10/2025 17h30

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Gabriella Di Grecco diz que pluralidade na carreira é estratégia de saúde mental e sucesso. Foto: Rafael Monteiro

Gabriella Di Grecco pertence à nova geração de artistas que se recusam a caber em um só título. Ela se projetou internacionalmente em 2019, quando interpretou a Ana/Helena Urquiza na série “Bia”, do Disney Channel, exibida em toda a América Latina e Europa. O sucesso abriu portas e a levou de volta ao universo de Mickey Mouse como apresentadora do Disney Planet News entre outros trabalhos na casa, como “O Coro, Sucesso aqui vou eu!”. A partir dessa base sólida, que envolve também trabalhos como a novela “Além do Tempo” (Globo) e “Cúmplices de um Resgate” (SBT), outros caminhos começaram a fazer parte de sua trajetória, como a composição e a música autoral, que abriram espaço para experimentar narrativas próprias: ” A atuação, de fato, foi a minha porta de entrada para o universo artístico, junto da música. Não por acaso comecei no teatro musical. Entretanto, sempre gostei de navegar por várias outras áreas do universo artístico, além de atuar e cantar. Num determinado momento, inspirada pelo Miguel Falabella, comecei a abrir novos caminhos, na composição e na direção. A composição entrou pra mim em 2020, num momento de pandemia, de muita auto-reflexão, e usei da palavra, do verso, pra me entender melhor, entender melhor o mundo, e percebi que as pessoas gostaram disso. Com isso, vi, nessa oportunidade com a Warner Chappel, uma maneira de botar isso pra fora, e de, graças a Deus, ser reconhecida por esse trabalho. Além disso, também enveredei por explorar a área da direção, sobretudo direção de videoclipes. Antes mesmo de começar como atriz, eu já trabalhava numa produtora de audiovisual, já trabalhei com produção, e nessa experiência tive a oportunidade de trabalhar fazendo muitas coisas, como operadora de câmera, microfonista, sonoplasta, editora, montadora, entre várias outras funções. Agora, finalmente, senti que estava pronta para dar esse passo, e comecei perto das minhas irmãs, compondo e dirigindo pra elas. Nada é tão gostoso quanto fazer isso em casa.” afirma.

Esse mergulho autoral a levou, em 2023, a integrar o seleto time de compositores da Warner Chappell Brasil, uma das maiores editoras do mundo. Para Gabriella, foi a consagração de uma inquietação que vinha de antes: transformar sentimentos em canções que mesclam pop alternativo e sonoridades eletrônicas. Ao lado das irmãs Camilla e Giovanna, no duo pop DIGRECCO, começou a dar corpo a esse desejo, assinando letras, harmonias e arranjos. E não parou por aí: tomou para si também o bastão da direção artística, conduzindo videoclipes como “Checkmate”, “Veneno”, “Lado B” e “Na Minha Mão”. Este último, filmado ao vivo diante de um público de mais de 30 mil pessoas e registrado por cinco câmeras sob seu comando, mostrou que sua inquietude não era uma aventura, mas vontade real de controlar a narrativa estética: “Estar ao lado das minhas irmãs nesse processo de descoberta de novas formas de se viver de arte foi um bálsamo, na verdade. Estar em casa, estar com quem se ama criando, é um privilégio. E eu tive essa sorte de poder crescer junto com elas. e eu na composição e na direção também. Dirigir pra mim, na verdade, tem sido um grande aprendizado e uma grande alegria. Meu trabalho tem sido observado por várias outras pessoas e hoje eu tenho conseguido alcançar inclusive marcas grandes através desse trabalho de direção. É muito bom ter alguém que te apoie nas suas metas, nos seus objetivos, que acredita nos lugares que você pode alcançar. E mais, num sistema onde todos possam crescer juntos. Foi assim com as minhas irmãs nessa etapa e agora nas novas etapas que tenho alcançado, tanto no teatro quanto no audiovisual, trabalhando com direção, principalmente agora pra grandes marcas, isso me mostra a importância de você se abrir pra navegar em mares desconhecidos estar junto de quem se gosta e ser feliz quando as portas se abrem pra sua visão.” afirma.

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Atriz e compositora: Gabriella Di Grecco aposta na integração de linguagens para a carreira. Foto: Rafael Monteiro

O palco também ganhou um novo lugar em sua trajetória, agora em montagens de grande visibilidade no teatro musical brasileiro. Gabriella foi parte de “Elvis: A Musical Revolution”, celebrando o legado do rei do rock na pele de Dixie Locke, e integrou o elenco de “Uma Babá Quase Perfeita”, vivendo Lydia, filha mais velha do protagonista interpretado por Eduardo Sterblitch, o espetáculo lotou plateias e exigiu dela ainda mais vigor vocal e físico. Esses trabalhos revelaram uma artista madura, capaz de circular entre produções globais televisivas, composições de alcance editorial e a energia vibrante do teatro ao vivo. “Eu gosto sempre de estar em movimento, sempre experimentando coisas novas, estudando coisas novas, vivenciando coisas novas e colocando no mundo coisas novas. Acredito que esse movimento que eu fiz na minha carreira, de alcançar vários lugares como se fossem diferentes tentáculos, é uma boa estratégia não só do ponto de vista artístico, financeiro, como do ponto de vista da minha própria saúde mental. Eu preciso de movimento, eu preciso de novidade, eu preciso de estímulos para eu ter uma qualidade de vida que eu julgo feliz e interessante. E ter aberto todas essas frentes me proporciona esse bem-estar, sempre me desafiando artisticamente e sempre tentando trazer coisas novas, sempre agregando pessoas e, claro, sempre pensando num lugar onde todos cresçam juntos. E, claro, num lugar também onde eu posso variar conforme o ritmo da valsa. Agora, por exemplo, estou sempre em processo de audições e testes, tanto para o teatro quanto para o audiovisual, mas no momento, por exemplo, meu trabalho como diretora tem sido visto e apreciado por grandes marcas, que é o que eu ando fazendo atualmente.” descreve.

Essa pluralidade, longe de diluir sua marca, parece ser o eixo que a sustenta. Gabriella é parte de uma geração “multi-hifenada”, artistas que não se contentam em ser apenas intérpretes, mas que costuram funções diversas para construir universos completos. Se no século passado a especialização era a regra, hoje a força está na integração. Gabriella traduz essa mudança com clareza: “Hoje, mais do que nunca, penso que não só os artistas, mas qualquer pessoa que trabalha em qualquer setor precisa abrir a sua mente para dominar mais de uma arena dentro da profissão ou dentro do seu aspecto profissional na vida. Eu, pessoalmente, como sempre gostei de estudar e estar em contato com várias coisas, isso não necessariamente foi um movimento difícil, mas sim é um movimento necessário. Hoje, mais do que nunca, as pessoas estão sendo convidadas, ou melhor, intimadas a exercitarem outras competências como capacidade de comunicação, soft skills, ou mesmo se filmar para mostrar o seu trabalho na internet. No meu caso, eu gosto de deixar isso bem amparado no universo artístico, do entretenimento e da comunicação, como é o caso do meu trabalho atualmente com grandes marcas e de outros projetos que estou levantando para o ano que vem, que envolvem principalmente comunicação e entretenimento. Ser uma pessoa multi-hifenada não é sobre fazer tudo ao mesmo tempo, mas sim sobre ter consciência de que hoje, mais do que nunca, as pessoas precisam se comunicar com mais de uma linguagem.” conclui.

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