O clima ontem na Gávea estava fervendo, meu bem. E não era só o sol do Rio batendo forte não. Era o encontro daqueles homens de gravata que fazem a cidade tremer com uma assinatura. O presidente do BTG, Roberto Sallouti, e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, representante do Flamengo e especialista em falar grosso sem perder a elegância, deram mais um empurrão no projeto que promete chacoalhar a geografia afetiva do rubro-negro: um hotel cinco estrelas fincado diretamente no coração da Gávea.
Sim, você não leu errado. Onde antes tinha história, drama esportivo e aquela aura de clube tradicional, agora vai se erguer um complexo hoteleiro digno de novela das oito. E quem foi escolhida para operar a brincadeira? Nada menos que a gigante francesa Accor, dona de tantas bandeiras hoteleiras que parece até catálogo de viagem luxuosa: Ibis, Fairmont, Sofitel, Gran Mercure e a fina Pulmann, que já foi logo se oferecendo como quem não quer perder esse filé.
E aí vem o detalhe picante dessa história. Há pouco mais de treze meses, o BTG comprou 18 imóveis ocupados justamente por hotéis da Accor. Coincidência? O destino sorrindo? Ou apenas mais um capítulo do casamento perfeito entre banqueiros, construtoras e hotelaria premium? A Cátia Flávia observa de longe e ri com aquele olhar de quem sabe que nada nesse meio acontece por acaso.
O projeto rubro-negro não é brincadeira de fim de semana. São R$ 800 milhões em investimento, um estacionamento para 300 carros e um desenho arquitetônico que promete fazer carioca bater foto da calçada como turista deslumbrado. O que falta? Apenas os retoques burocráticos finais na Prefeitura do Rio. O estado já deu o ok. O Iphan também. A pista está livre.
O Flamengo sonha alto. O BTG banca. A Accor acena com glamour internacional. E a Gávea se prepara para ver nascer um hotel cinco estrelas no meio do território rubro-negro. É ousado. É arriscado. É grandioso.