A emoção tomou conta quando João Gomes se viu cantando ao lado de Roberto Carlos no especial de Natal do Rei , gravado em Gramado, no Rio Grande do Sul, e exibido na noite desta última terça pela TV Globo. Agora senta que lá vem sentimento.
Não é sobre técnica, número, algoritmo ou buzz. É sobre um menino do Nordeste que virou gigante sem perder o coração. João Gomes não chorou por marketing, chorou porque se viu vivendo um sonho que, até outro dia, parecia distante demais até para pedir em oração.
O vídeo é simples e por isso mesmo avassalador. João está em casa, abraçado à esposa Ary Mirelle, assistindo à própria apresentação no especial de Natal. De repente, a ficha cai. Ele ali, cantando “Fé” com Roberto Carlos. Não é replay. É realidade. E quando a realidade é grande demais, o corpo responde em lágrima.
Eu chorei junto. Porque o Brasil ama histórias assim. O Brasil ama quando alguém vence sem cinismo, sem pose, sem personagem. Ama quando o sucesso ainda surpreende quem faz sucesso. Ama quando o artista não finge costume.
Enquanto muita gente disputa holofote, João Gomes disputa emoção. E ganha fácil. Não é todo dia que um artista se vê no espelho da televisão e entende, de uma vez só, tudo o que atravessou para chegar ali. A estrada, o cansaço, o medo, a fé, o pai, a família, o público, o Nordeste inteiro empurrando pelas costas.
Quando ele escreve “agora as lágrimas vieram, minha princesa. Isso é obra de Deus em nossa vida”, não é legenda. É ata. É registro oficial de um momento que não volta mais, mas que fica para sempre.
Esse Natal teve árvore, teve luz, teve Roberto Carlos. Mas teve também João Gomes chorando de verdade. E isso, meus amores, não se ensaia.
O Brasil ama João Gomes.
E ama porque ele ainda sente.