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Kátia Flávia
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Após 60 dias preso em Bangu, Oruam é solto 

Kátia Flávia

30/09/2025 8h00

O MC foi recebido com festa, mas terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas rígidas

O MC foi recebido com festa, mas terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas rígidas

Ai, meu bem, foi cena de tapete vermelho na porta da prisão! Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o rapper Oruam, deixou a Penitenciária Serrano Neves, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta segunda-feira (29), depois de mais de dois meses atrás das grades. E não pense que foi discreto: o artista surgiu no meio da multidão às 17h08, ao ter o alvará de soltura cumprido, e logo foi carregado nos ombros por fãs em delírio.

Entre gritos, celulares no ar e uma atmosfera de baile funk ao vivo, dois nomes de peso também marcaram presença: MC Poze do Rodo e MC Cabelinho, que fizeram questão de prestigiar a saída do amigo.

A liberdade veio graças a uma liminar concedida na última sexta-feira (26) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogando a prisão preventiva. Oruam, no entanto, não está totalmente livre: responderá em liberdade às acusações de tentativa de homicídio qualificado contra o delegado Moyses Santana Gomes e o policial Alexandre Alvez Ferraz. Além disso, carrega nas costas um pacote de outros sete crimes, entre eles tráfico de drogas, associação para o tráfico, desacato e lesão corporal.

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A lista de medidas cautelares é digna de contrato de reality show: uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal em juízo, proibição de circular em áreas de risco como o Complexo do Alemão, recolhimento domiciliar noturno das 20h às 6h e até restrição de contato com outros investigados.

Mesmo assim, o rapper fez questão de mandar seu recado em uma carta aberta publicada no dia 9 de setembro, cheia de metáforas e indignação: “Para todos os meus fãs, um leão ferido ainda é um leão. Ninguém prende quem tem a mente livre. Sempre visitei meu pai na prisão, me acostumei a ser a visita. E, hoje, quando a minha família vem me ver, o que mais quero é ir embora junto com eles”, escreveu Oruam, filho de Marcinho VP, chefão do Comando Vermelho preso desde 1996.

E continuou, em tom de protesto: “Mas não posso deixar de falar da injustiça e do descaso com que minha situação vem sendo tratada. Estou pagando por erros, mas também sendo julgado de forma desigual, carregando nas costas acusações que não correspondem a minha verdade. Mais do que uma pena, sinto o peso de uma perseguição que tenta manchar a minha história e minha arte.”

Seja como for, minha gente, Oruam saiu da cadeia em clima de superstar. Agora, resta saber se o palco será dos shows ou dos tribunais.

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