Quando Cid Moreira fez sua estreia no “Jornal Nacional” em setembro de 1969, ele não imaginava que cumprimentaria o público com um “boa noite” cerca de 8 mil vezes ao longo de 26 anos. Essa soma de “Boa Noite” foi feita pela equipe do ‘Memória Globo’. Naquele momento, o jovem apresentador já contava com um respeitável histórico em rádios e televisões do Brasil.
“Certo dia, ao noticiar a morte de Drummond, sussurrei: ‘E agora, José?’ Ninguém esperava, e até hoje me sinto honrado”, recorda ele, revelando sua sensibilidade ao transmitir notícias marcantes.

Filho de um bibliotecário e de uma dona de casa, Cid começou sua carreira em 1944, ao ser convencido a fazer um teste de locução. Sua primeira aparição como locutor de noticiários aconteceu em 1963 no “Jornal de Vanguarda”. Em 1969, retornou à Globo para apresentar o “Jornal da Globo”, até ser convidado para integrar a equipe do “Jornal Nacional”, que estreava como o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil.
Com o passar dos anos, Cid Moreira se tornou um dos rostos mais reconhecíveis da televisão brasileira. Ele permaneceu na bancada do “Jornal Nacional” até 1996, quando uma nova era começou com a entrada de William Bonner e Lillian Witte Fibe. Cid, então, passou a se dedicar à leitura de editoriais e narrações de reportagens especiais no “Fantástico”, onde também fez parte desde a estreia do programa.

“Trabalhei no ‘Jornal Nacional’ e no ‘Fantástico’ simultaneamente durante mais de 10 anos”, ressalta ele, destacando sua versatilidade e influência na comunicação.
Além de seu trabalho na televisão, Cid Moreira se destacou na gravação de salmos bíblicos e, em 2011, lançou a Bíblia na íntegra em formato de áudio, um projeto que alcançou enorme sucesso.
O jornalista, apresentador e locutor Cid Moreira nos deixou na manhã desta quinta-feira (04), aos 97 anos.