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Indígenas Yanomami entregarão estatueta alternativa ao Oscar na luta contra garimpo ilegal

A mineração ilegal causou uma crise humanitária na reserva localizada entre os estados de Roraima e Amazonas

Redação Jornal de Brasília

11/03/2023 7h22

Indígenas Yanomami entregarão aos atores que vencerem um prêmio no Oscar deste domingo uma estatueta alternativa, como símbolo da luta contra a extração ilegal de ouro na Amazônia.

A Urihi Associação Yanomami informou que oferecerá aos vencedores da estatueta do maior prêmio do cinema -de bronze maciço e coberto de ouro 24 quilates- uma escultura da divindade Omama que não usa ouro em sua composição.

“Na sua cultura, ouro é símbolo de sucesso. Para meu povo, significa morte e destruição”, diz Junior Hekurari Yanomami, líder da associação, em um vídeo divulgado nesta sexta-feira pela agência de publicidade DM9.

A mineração ilegal causou uma crise humanitária nessa comunidade de 30.400 habitantes, localizada em uma reserva de 96 mil Km² entre os estados de Roraima e Amazonas.

O vídeo é parte da campanha “O custo do ouro”, que pretende colocar os holofotes de Hollywood sobre o problema a nível global.

“O ouro ilegal é garimpado com mercúrio. Litros e mais litros são despejados nos nossos rios, matando nossos animais, matando nossa floresta, matando nosso povo”, alerta em sua língua nativa Junior Hekurari.

“Você também tem a oportunidade de se posicionar em frente a milhões de pessoas e pedir para o mundo todo o fim do garimpo ilegal do ouro”, acrescenta, em uma mensagem direta para os atores que disputam o cobiçado prêmio.

Em 2021, 54% do ouro comercializado no Brasil tinha indícios de ilegalidade em sua origem, segundo a associação Yanomami.

O garimpo ilegal aumentou especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), defensor da abertura de terras indígenas para essa atividade. Além disso, nesse período o desmatamento médio anual aumentou 59,5% em relação aos quatro anos anteriores e avançou 75,5% em relação à década anterior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou emergência sanitária na terra Yanomami no final de janeiro, após registrar inúmeros casos de mortes de crianças por desnutrição.

Também autorizou uma operação conjunta das Forças Armadas e outras instituições para expulsar os invasores daquela terra.

© Agence France-Presse

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