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Estudantes de Audiovisual da UnB pedem ajuda para terminar filmes sobre minorias

Arquivo Geral

18/10/2016 7h00

Atualizada 17/10/2016 22h24

Com equipe formada apenas por mulheres, Lilith traz à tona o debate sobre cultura do estupro. Foto: Divulgação

Larissa Galli
cultura@jornaldebrasilia.com.br

O empoderamento de uma mulher cansada do sistema patriarcal, após ser estuprada e passar por etapas dolorosas, burocráticas e difíceis do pós-abuso. E a realidade dos jovens negros e gays de Brasília e a sua representação superficial no cinema. Essas são algumas das histórias que estudantes do curso de Audiovisual da Universidade de Brasília (UnB) querem contar em seus filmes.

“Incentivar e difundir o cinema universitário é importante. Nós ainda temos pouco espaço, mas a produção cinematográfica brasiliense do futuro está nas nossas mãos”, afirma Patrícia Nascimento, aluna do sexto semestre de Audiovisual e diretora de Lilith.

Saiba mais

  • A arrecadação para conclusão do filme Lilith pode ser feita por meio do site benfeitoria.com/lilith, que está disponível até o próximo sábado.
  • Para completar o orçamento da produção, a equipe precisa atingir a meta de R$ 3.250.
  • Até o momento, eles já conseguiram arrecadar 86% desse valor.
  • Se a meta não for atingida, os doadores recebem sua contribuição de volta e o filme perde o financiamento. “É tudo ou nada!”, resume a diretora do curta-metragem, Patrícia Nascimento.
  • A arrecadação para a realização do curta Afronte também está sendo feita no benfeitoria.com.
  • Com a página no ar desde ontem, a equipe do filme tem seis meses para atingir a marca de R$ 15 mil.

O curta é um filme-manifesto de ficção que traz à tona o debate sobre cultura do estupro, violência contra a mulher, empoderamento feminino e sororidade. Com uma equipe formada apenas por mulheres, Patrícia e suas companheiras de filmagem estão trabalhando para dar um grito de guerra feminino, um instrumento de combate à violência. “Está na hora das mulheres contarem suas próprias histórias”, afirma a diretora, insatisfeita com o pouco espaço feminino no cinema e com a forma estereotipada com que os assuntos femininos são tratados nas telonas.

Escrito pela diretora, o roteiro surgiu como uma forma de desabafo sobre os casos de violência noticiados recentemente no País, como o feminicídio da estudante Louise Ribeiro, na UnB, e o estupro coletivo de uma jovem no Rio de Janeiro.

Etapas dolorosas

O filme conta a história de Morgana, uma mulher que se empodera com a ajuda das amigas após sofrer um abuso. A narrativa dá destaque também às etapas dolorosas e burocráticas de uma situação como essa. “Foi a forma que encontramos de criticar toda a burocracia pela qual as mulheres são submetidas, que acaba sendo mais um tipo de abuso”, explica Patrícia.

As gravações já foram iniciadas, mas, para reunir a verba necessária para sua finalização, a equipe lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet. Segundo a diretora, a UnB disponibiliza uma pequena quantia em dinheiro para a produção do filme. No entanto, a proposta da equipe vai além desse orçamento. “Ao escolher atrizes e atores da cidade, estamos movimentando a cena cultural jovem e sabemos que se faz necessária a sua remuneração. Além disso, o processo de pós-produção e distribuição irá demandar atenção especial”.

Sobre ser negro e gay

Documentário-ficção sobre a realidade dos jovens negros e gays da capital, Afronte também está em fase de captação de recursos. O projeto é o trabalho de conclusão de curso dos estudantes Bruno Victor e Marcus Vinicius, do curso de Audiovisual da UnB. Segundo eles, a obra surgiu da necessidade de mostrar a realidade desses jovens de maneira realista e sensível.

“A gente não vê o negro sendo representado no cinema. Nós somos dois negros gays produzindo um filme sobre negros gays, isso é poder e lugar de fala. A representatividade também está atrás das câmeras”, declara Bruno. O curta-metragem quer mostrar os múltiplos fatores que interferem na vida de um jovem negro gay por meio de diferentes personagens, misturando ficção e realidade. Dividido em duas partes, a ideia é mesclar depoimentos a uma parte ficcional, com a interpretação da realidade descrita nos depoimentos.

Bruno conta que a pré-produção de Afronte já está encaminhada. Os diretores já recolheram alguns depoimentos de personagens do DF, realizaram sessões de fotos e deram início a seletiva para escolha do protagonista. “Vamos começar a gravar a parte documental no final de novembro, na semana do Dia da Consciência Negra (20 de novembro)”.

“Queremos ir às periferias, onde os negros gays estão”, ressalta o diretor. Mas, para isso, os cineastas precisam de ajuda. “Estamos trabalhando com voluntários e com equipamentos que a universidade oferece, mas precisamos nos deslocar pela cidade e arcar com outros custos. Daí a opção pelo crowdfunding”, pontua Bruno Victor.

Veja como ajudar o filme a ficar pronto no box saiba mais.

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