Larissa Galli
cultura@grupojbr.com
Samba é verdade do povo/ Ninguém vai deturpar seu valor”, cantava o sambista Antônio Candeia Filho. No próximo sábado, 2 de dezembro, comemora-se o Dia Nacional do Samba. Formado pela mistura de diferentes vertentes musicais trazidas como herança pelos escravos, o samba percorreu o País até chegar ao Rio de Janeiro, em meados do século 19. As letras expressam sentimentos e tratam dos mais diversos assuntos, desde corações partidos, histórias de triângulos amorosos e situações engraçadas até pobreza, trabalhadores comuns, desigualdade e até mesmo preconceito.
Mas o ritmo não ficou só no Rio. A capital federal prova que tem muito samba no pé e reúne várias opções para o brasiliense que não quer deixar a data passar em branco. O Jornal de Brasília selecionou alguns eventos que acontecem durante a semana para celebrar esse ritmo musical centenário tão brasileiro.
No Círculo Operário do Cruzeiro, tradicional ponto de rodas de samba do DF, a comemoração será feita com muita batucada – manifestação cultural produzida pelo negro e que deu origem ao samba.
O evento conta com a participação dos grupos Samba Sagaz e Samba de Marola, que se juntam em uma grande roda. O evento começa com a apresentação de Fernanda Jacob, junto com a roda do Samba na Rua, homenageando Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Beth Carvalho, entre outras artistas.
A festa, marcada para o próximo sábado, começa às 21h e vai até de madrugada. No repertório, músicas que relembram os grandes sucessos de Candeia, Cartola, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e outros. A entrada custa R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos.
Já a comemoração de sábado na Orla do Clube Ases (Setor de Clubes Sul) começa mais cedo, na hora do almoço, a partir das 12h. A festa recebe o nome de Samba Nobre e terá uma pegada carioca, com rodas de samba de raiz, open food de feijoada com direito a uma caipirinha. A trilha sonora fica por conta do grupo candango 7 Na Roda.
Outros nomes tradicionais da cultura candanga se juntam na roda de samba como Sarinha Almeida, Cris Pereira e Rafael Lima. Khalil Santarém, do grupo Filhos de Dona Maria, e Dando de Antares, do Rio de Janeiro, também são presenças confirmadas. O ingresso custa R$ 45, mais 1 kg de alimento imperecível. Não recomendado para menores de 18 anos.
Direto do Rio
Quem também vem para Brasília comemorar o Dia Nacional do Samba é o cantor e ator Mumuzinho. Ele embala a festa na Bamboa Brasil (Setor Hípico Sul), no sábado. Recentemente o artista lançou a música Oração, que quebrou um jejum de dois anos sem novos trabalhos do cantor. A partir das 22h, com ingressos entre R$ 30 e R$ 50 (meia-entrada). Informações: 3334-4450. Não recomendado para menores de 16 anos.
Outros nomes conhecidos entre as rodas de samba do Brasil são os carioca Xande de Pilares e Dhi Ribeiro. Ele se reúnem no próximo sábado na Aruc (Cruzeiro Velho) para comemorar a data especial, a partir das 22h.
Dhi nasceu em Nilópolis, no Rio, mas foi criada em Salvador. Mudou-se para Brasília há 20 anos e é figura conhecida nas rodas de samba do quadradinho. A sambista participou do reality The Voice, mas acabou eliminada no último dia 16.
O ingresso para o show custa R$ 30 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 18 anos.
Saiba mais
- A canção Pelo Telefone, de Donga, considerado o primeiro samba a ser registrado e gravado, completou 100 anos em 2016. Em 27 de novembro de 1916, a partitura da música foi registrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em nome de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, na época um compositor de apenas 26 anos. Naquele mesmo ano, o samba havia sido concebido, durante uma roda na casa de Tia Ciata, no Rio de Janeiro.