Menu
Entretenimento

Da imaginação para o sucesso em uma kombi

Arquivo Geral

15/08/2017 7h00

Atualizada 14/08/2017 22h35

Larissa Galli
cultura@jornaldebrasilia.com.br

Um papagaio-pombo no ombro, espada na cintura e bandana na cabeça. O Capitão Phake não tem um navio, mas navega pelas quadras e tesourinhas da Ilha do Absurdo com sua kombi grafitada. É isso mesmo. Há um pirata nas ruas de Brasília que faz shows em sua kombi. Essa loucura toda veio da imaginação do músico, ator, compositor e produtor brasiliense Phill, de 30 anos. Ainda na adolescência, ele sonhou com um pirata urbano que vivia nas ruas da capital federal e decidiu chamá-lo de Capitão Phake.

“O personagem ficou na minha memória, me acompanhando desde a adolescência em todos os projetos artísticos que eu me envolvi”, contou Phill. Ele tentou montar uma banda, mas acabou não dando certo e resolveu ir para o Rio de Janeiro fazer um curso de produção fonográfica. De volta a Brasília, o rapaz se lançou como artista solo e produtor. “Abandonei a ideia de ter uma banda. A maioria dos artistas hoje trabalham em projetos solos”, explica o cantor.

Ainda assim, o Capitão Phake conta com uma banda imaginária, formada por integrantes manequins que são dublados pela voz de seu companheiro fantoche, o papagaio Djalmex. Recentemente o cantor lançou um disco com 12 faixas de estilos diferentes. “Rock, música instrumental, música romântica, reggae, MPB… São canções diferentes e misturadas”, admite Phill, entusiasmado com a loucura de seu trabalho.

Mas, uma dúvida permanecia: como lançar um álbum cheio de músicas de estilos diferentes? O cantor achou a resposta no projeto multimídia Capitão Phake & Os Piratas de Jardim. Cada faixa do álbum vai ganhar um clipe, audiobook e história em quadrinhos. Os vídeos são episódios de uma websérie musical, que interligam todo o disco, misturando música e cinema para contar a história do Capitão Phake. “Criei uma história para interligar as músicas do disco e trazer um conceito para o CD”, revelou o artista, que também assina o roteiro da série. Juntos, os vídeos formam um longa-metragem.

Capitão Phake & Os Piratas de Jardim têm músicas animadas com letras reflexivas e bem-humoradas. As principais inspirações de Phill são os Mamonas Assassinas, Pink Floyd e Raul Seixas. Isso explica a diversidade e versatilidade no som de seu trabalho. “Eu chamo o meu estilo de ‘Pop Loko’, como se fosse uma mistura de Katy Perry com Raul Seixas”, explica.

A kombi grafitada, ou phakemóvel como o artista a nomeou, foi transformada num palco móvel. É nela que ele faz seus shows, na rua mesmo, como se fosse um ensaio aberto. Caracterizado como pirata, Phill encarna seu alter ego Capitão. “É um show de pop superproduzido, com cenário, figurino, dançarinos, e muitas luzes, mesmo sendo no meio da rua, por isso o nome de ‘showzãozinho’, é quase um Justin Bieber na rua”, brinca.

Produção com a ajuda dos amigos

A trama de Capitão Phake, que na história tem apenas 21 anos, envolve amor, morte, loucura e faz uma crítica política e ao sistema, questionando alguns paradigmas de comportamento social. As 12 músicas dialogam entre si e conduzem a história. Cada episódio tem em média 10 minutos de duração. O primeiro, chamado Nó de Marinheiro, foi lançado no final do mês passado e os próximos devem ir ao ar com um intervalo de um a três meses.

O primeiro episódio foi completamente viabilizado através de uma campanha de financiamento coletivo, com a contribuição do público do artista e conta ainda com a participação especial do músico e parceiro Sérgio Dall’orto. A produção da websérie é assinada pela produtora Merun, do amigo e também parceiro Rafael Morbeck, junto à produtora do próprio artista, a Phill Philms. O Lago Paranoá, a Kombi grafitada onde vive o pirata e os prédios e monumentos de todo o Plano Piloto funcionam como cenário para a produção.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado