Menu
Entretenimento

Companhia Estupenda Trupe celebra 16 anos com primeira estreia on-line e nacional em tempos de pandemia

Grupo tratará de temas como a falta de comunicação na livre adaptação do espetáculo A Cantora Careca, de Eugène Ionesco. Gratuito. Não recomendado para menores de 12 anos

Redação Jornal de Brasília

22/04/2021 20h47

Com 16 anos na bagagem, a companhia brasiliense Estupenda Trupe levanta a bandeira pela e para a arte democrática e acessível. O grupo, formado pelos artistas/atores Tiago Venusto – hoje o diretor da Cia. – Alana Ferrigno, Beta Rangel, Carlos Valença e Lucorina começou suas atividades em 2005, quando os cinco ainda eram estudantes universitários da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes de Brasília. De lá para cá, os já profissionais das Artes Cênicas e arte-educadores vêm se dedicando a levar arte educativa para crianças, pessoas que enfrentam preconceitos, adolescentes em conflito com a lei e para comunidades periféricas.

A Trupe foi consagrada nacionalmente por criar o TEAR (Troca de Experiências Artísticas e Reinserção), um projeto que tem como principal objetivo aplicar medidas socioeducativas a adolescentes vulneráveis por meio da metodologia do Teatro do Oprimido, idealizada por Augusto Boal.

Agora, em tempos de pandemia, Alana Ferrigno, Beta Rangel, Carlos Valença, Lucorina e Tiago Venusto voltam novamente em cena, desta vez de forma on-line devido à pandemia, para levar entretenimento para dentro das residências e falar de resistência na primeira estreia nacional. Com o patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), a Trupe irá estrear a peça A Cantora Careca, um clássico do francês Eugène Ionesco (1909 – 1994), nos dias 29 de abril, quinta-feira, e 30 do mês, sexta-feira, em sessões às 16h e às 20h no  canal da Trupe no YouTube: (2) Estupenda Trupe – YouTube.  As sessões serão seguidas de bate-papo com o grupo.  Gratuito. Não recomendado para menores de 12 anos.

Primeira obra da corrente batizada de Teatro do Absurdo, A Cantora Careca é um texto irônico que, por meio de diálogos absurdos, mostra a impossibilidade de comunicação entre quatro personagens.  A obra é considerada uma das primeiras representantes do Teatro do Absurdo no mundo, uma tendência estética teatral surgida na segunda metade do século 20.  

O texto destaca a incoerência humana numa abordagem envolvente da comunicação, aprofundando o debate e estimulando o espectador a participar da reflexão.

Para que não conhece, o Teatro do Absurdo nasceu no pós-segunda guerra mundial, em uma atmosfera de desolação e incomunicabilidade onde os intelectuais discutiam qual a verdadeira razão da existência após confrontarem-se com uma guerra e assistirem à falência do respeito aos direitos humanos. As discussões levantadas pelos dramaturgos do Absurdo nos anos 50 ainda ecoam na atualidade.

“Por isso, essa montagem se torna mais que atual no cenário que estamos vivenciando. E, agora, em tempos de pandemia, fizemos várias adaptações e estamos preparados para levar arte e reflexão, como o próprio Teatro do Absurdo sugere, para as casas de todo o Brasil”, destaca a atriz Lucorina.

E para manter a essência do clássico, o diretor pretende oferecer uma adaptação, mas sem deixar de ser fiel à obra de Ionesco. Venusto destaca a importância do texto por ser extremamente atual em tempos “aonde a comunicação está em constante transformação pelo advento da tecnologia”, explica.

Para isso, a Trupe tem explorado em ensaios à distância novas possibilidades de cenário, figurino e comunicação em cena que poderão agora ser conferidos.

“É uma honra estar neste processo e saber que estamos tentando resistir em tempos de pandemia. Começamos na garra, na raça e na coragem. Fazíamos nossos próprios figurinos, muitas vezes com a ajuda de nossas mães que sempre acreditaram em nós”, declara o ator Carlos Valença.

O grupo, que não para, ainda dará prosseguimento neste ano ao projeto TEAR, que entrará em sua terceira edição. Outro destaque, em breve eles realizarão mais uma temporada da peça Nó na Garganta. O espetáculo, como é da essência da Estupenda, trata de temáticas essenciais como bullying.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado