O filme espanhol Destinos à Deriva, de Alberto Pintó, não demorou para chegar à primeira posição do Top 10 da Netflix. Não é um filme fácil, mas extremamente envolvente. Apesar de se passar praticamente inteiro dentro de um mesmo cenário, com a protagonista sozinha, não se torna maçante. Talvez “sufocante” seja a melhor palavra para descrevê-lo.
Num futuro distópico, a maior parte da Europa – incluindo a Espanha, onde vive a protagonista – sofre com a escassez de alimentos e se encontra sob regimes autoritários. Mia (Anna Castillo), que está grávida, tenta imigrar para a Irlanda ao lado do marido, Nico (vivido por Tamar Novas). Mas as coisas não saem como previsto e eles são separados.
Pior: o transporte ilegal que levava o contêiner em que Mia estava escondida é parado pelas autoridades. Todos são mortos, exceto ela. Mas a estrutura de metal é jogada ao mar durante uma tempestade. E, a partir desse momento, ela precisa lidar com todos os problemas possíveis, de vazamentos à falta de água e comida.
SOBREVIVÊNCIA
A história é interessante e conta com a boa atuação da protagonista. Mas não é só isso. Em muitos suspenses, é comum que ações inconsequentes sejam tomadas, para que a história continue rendendo. Não é o caso aqui. Em geral, Mia faz o que se espera de alguém em luta pela sobrevivência. Destinos à Deriva também alterna de forma competente momentos de nervosismo ou incômodo e outros de alívio ou calmaria. Ou seja, não se sofre o tempo inteiro.
Estadão Conteúdo