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Cinema

120 anos de Alfred Hitchcock: o legado do mestre

Leonardo Resende

13/08/2019 18h08

No dia 13 de agosto de 1899, em Londres, nascia um dos maiores diretores que a sétima arte conheceu: o revolucionário Alfred Hitchock. Hoje, se o diretor estivesse vivo, completaria 120 anos. Com uma vasta filmografia que trascendeu todas as fases do cinema, sendo elas, a muda, a falada e a colorida e complexa, o britânico pode ser considerado um dos diretores mais influentes de todos os tempos. Tendo seu último ato em 1980, onde faleceu nos Estados Unidos, Alfred Hitchcock deixou uma herença artística imesurável para o cinema atual, onde diretores, atores, roteiristas e produtores usam de seus ensinamentos como um fio condutor de inspirações, narrativas e influências. 

Os primeiros degraus 

O préludio de sua carreia teve início em 1919, quando começou os estudos em designer de intertítulos. Quase uma década depois, o diretor deu os primeiros passos como cineasta ao realizar o filme mudo O Jardim dos Prazes, em 1927. Diferente do restante de sua carreira, este longa-metragem concentra uma experimentação dramática em Hitchcock, preenchendo o filme com personagens femininas (fator que tornaria marca registrada do cineasta) e seus problemas íntimos. Porém, em 1927 que Alfred Hitchcock mostra seu verdadeiro potencial ao filmar O Inquilino Sinistro. Primórdio da sua relação com o suspense, o diretor conta a história de um assassino e sua fixação em assassinar mulheres loiras. “Nesse filme, todo o meu enfoque foi de fato instintivo, foi a primeira vez que exerci meu próprio estilo. Na verdade, pode-se considerar que O Inquilino Sinistro é o meu primeiro filme”, destaca Alfred Hitchock durante uma entrevista com François Truffant. 

Alfred Hitchcock em sua juventude. Foto – Reprodução Internet

O primeiro diálogo 

Alfred Hitchcock caminhou conforme a correnteza. A medida que, tecnicamente, o cinema ia se mutando, o diretor embarcava também. Por isso, em 1929, realizou seu primeiro filme britânico falado, a película Blackmail. Após este grande sucesso, o realizador desenvolveu Os 39 Degraus e A Dama Oculta. Ambos considerados grandes filmes da década de 1930, segundo o Instituto de Cinema Britânico. Trazendo o holofote internacional para a alçada de Hitchcock, que ganhara a oportunidade de mudar para Hollywood em 1939. 

É conhecido que o estilo hitchcockiano existe graças às referências pessoais do diretor. E que nunca foi segredo suas influências do cinema internacional dentro de seus filmes, como ele sempre fez questão de enfatizar como o americano Griffith foi uma verdadeira escola para sua carreira. Ao chegar em Hollywood, essa marca fica cada vez mais evidente com os grandes sucessos Rebecca (1940), que foi indicado em onze categorias ao Oscar e venceu o prêmio de Melhor Filme, Correspondente Estrangeiro (1940) e Sombra de uma Dúvida (1943).

Rebecca (1940), primeiro ápice da carreida de Alfred Hitchcock. Foto – Divulgação

O seu estilo 

Com o passar dos anos, seus filmes foram ganhando mais notoriedade pelo fato de ser inconfudível em termos de narrativa, técnica e roteiro. Instintivamente, ao analisarmos sua filmografia, a característica mais latente do cinema hitchcockiano é o suspense, porém quando se trata de composição de personagens, é possível identificar que o cinema de Alfred Hitchcock transcende essa barreira cinematográfica. “Ele (Hitchcock) foi o maior dominador dos meios de expressão do cinema. Foi capaz de compor uma experiência direta para o espectador”, destaca Ismail Xavier, teórico de cinema. 

Com Psicose (1960), um dos mais influentes de sua carreira, o diretor atinge um novo patamar para o cinema americano, onde é possível carregar duas vertentes do cinema (a do comércio e a da arte) em um filme só. Em termos de comércio, este filme conseguiu carregar uma enorme maré de pessoas para os cinemas e ao mesmo tempo soube resgatar teorias psicológicas sobre construções de personagens complexos. Sendo possível enxergar esse fascínio pela psicanalíse em diversos filmes, tais como Marnie – Confissões de uma Ladra (1964) , Os Pássaros (1963) e Um Corpo que Cai (1958). Mesmo que esses traços tenham aparecido em filmes mais antigos, Hitchcock os abraça por completo no fim de sua carreira. 

A outra ótica do terror (e ainda mais assustadora): a psicológica. Foto – Divulgação

Como o próprio mestre ja dizia: “Não há terror em um estrondo, apenas na antecipação dele”. Mesmo após 39 anos desde que faleceu, o cinema de hitchcock nunca deixou a eternidade de lado e mostra que foi um indivíduo do cinema mundial que deixou um espólio maravilhoso para todas as gerações. Feliz aniversário, Mestre. Agradecemos muito pela herença deixada. 

 

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