O mundo do rock perdeu, nesta terça-feira (22), um de seus maiores ícones. Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos após uma vida inteira dedicada à música. Poucas semanas antes de sua morte, o cantor britânico deu uma última demonstração de amor aos fãs: subiu ao palco em Birmingham, sua cidade natal, para um show de despedida que entrou para a história.
No sábado, 5 de julho, mais de 42 mil fãs se reuniram no Villa Park, enquanto 1,5 milhão de pessoas acompanharam a transmissão ao vivo. O evento, batizado de “Back to the Beginning”, foi mais que uma simples apresentação — foi um tributo à trajetória de Ozzy e ao legado do Black Sabbath, banda que fundou e que ajudou a definir o heavy metal.
A maratona musical durou mais de 10 horas e reuniu grandes nomes do rock e do metal, como Metallica, Guns N’ Roses, Slayer, Tool, Pantera, Gojira, Alice in Chains e Lamb of God. Estrelas como Steven Tyler, Billy Corgan, Ronnie Wood, Travis Barker e Sammy Hagar também participaram, formando supergrupos para homenagear Ozzy e o Black Sabbath com covers que emocionaram o público.
Em um dos momentos mais aguardados da noite, Ozzy subiu ao palco para sua última performance solo, acompanhado de sua banda, que incluía o fiel guitarrista Zakk Wylde. Fragilizado pelas complicações da doença de Parkinson e por anos de problemas na coluna, o cantor se apresentou sentado em um trono alado que se erguia do palco. Emocionado, ele agradeceu ao público: “É tão bom estar neste palco, vocês não têm ideia”, disse, antes de cantar “Mama I’m Coming Home”. “Fiquei acamado por seis anos. Obrigado do fundo do meu coração”, completou.
O auge da noite veio com a reunião da formação original do Black Sabbath, com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward ao lado de Ozzy. Juntos, eles tocaram clássicos como “War Pigs”, “N.I.B.”, “Iron Man” e “Paranoid”, encerrando a apresentação sob uma chuva de fogos de artifício.
Além da despedida musical, a noite também foi marcada por um momento pessoal para Ozzy: sua filha, Kelly Osbourne, foi pedida em casamento nos bastidores pelo DJ Sid Wilson, do Slipknot, em um clima de emoção e descontração.
A última apresentação de Ozzy não foi apenas um espetáculo, mas um gesto simbólico. Consciente das limitações causadas pela saúde fragilizada, o cantor deixou claro em entrevistas recentes que preferia encerrar sua jornada nos palcos ao lado da família e dos fãs. “Depois dos últimos seis anos… é a hora”, disse ao jornal The Guardian.
Fiel às suas raízes, Ozzy destinou os lucros do concerto para instituições de caridade em Birmingham, incluindo um hospital infantil e um centro de tratamento para Parkinson.
