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Celebridades

Herdeira da Planet Girls busca reverter atual fama de ‘fubanga’ da grife

Nos últimos anos, a marca foi associada às planetárias -estilo das periferias de São Paulo-, com peças como os moletons dupla face e as jeans flare com aplicações ou estampas de estrelas

Redação Jornal de Brasília

12/08/2025 15h58

isabelle restum planet girls moda 1

Foto: Reprodução

ANA CLARA COTTECCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Conhecida nos anos 2000 pelas roupas justas e calças de cintura baixa, a Planet Girls enfrenta uma crise de identidade. Nos últimos anos, a marca foi associada às planetárias -estilo das periferias de São Paulo-, com peças como os moletons dupla face e as jeans flare com aplicações ou estampas de estrelas.

Mulheres periféricas se tornaram as principais consumidoras e a etiqueta passou a ser alvo de preconceito por parte de antigas clientes. A Planet Girls também ganhou o rótulo de “fubanga” -termo usado para descrever algo de gosto duvidoso ou exagerado.

Essa percepção, alimentada por peças com brilho excessivo, estampas chamativas e uso ostensivo da logomarca, afastou parte do público. Isabelle Restum, filha da fundadora e atual CEO, reconhece a existência dessa imagem e diz que a estratégia atual é manter a ousadia característica, mas incluir opções mais versáteis e atemporais.

Ela passou a usar o TikTok para mostrar lançamentos, ouvir sugestões de clientes e exibir bastidores. O desafio de Isabelle, que assumiu a marca aos 19 anos, é retomar o sucesso da marca e o propósito original idealizado por sua mãe -oferecer roupas que façam mulheres se sentirem confiantes.

“Não quero afastar as planetárias, mas mostrar que a Planet também é para patricinhas, fashionistas, mulheres ousadas ou mais discretas. É uma marca diversa”, diz à reportagem. “Quero que qualquer mulher, de 15 ou 40 anos, consiga se enxergar aqui”, afirma.

Mas a ampliação de público não significa abdicar da estética que marcou e sustentou a marca nos últimos anos. A ideia, ela conta, é ampliar o repertório e reforçar que a grife tem espaço para diferentes identidades e faixas etárias.

Essa mudança vem acontecendo desde que começou a se envolver diretamente na gestão. Isabelle passou a ouvir pedidos direto das clientes e seguidoras nas redes sociais. E elas pedem peças de cintura baixa, conjuntos inspirados na Juicy Couture, lingeries no estilo Victoria’s Secret e até pijamas. Muitos lançamentos recentes nasceram dessas interações nas redes, que ela considera essenciais para manter a marca conectada com quem a consome.

Hoje, Isabelle responde pelo marketing, estilo e posicionamento da marca, enquanto a mãe segue cuidando da parte administrativa e financeira. A jovem reconhece que o mercado de fast fashion é competitivo e que manter relevância exige acompanhar tendências em ritmo acelerado. “O setor muda o tempo todo. É difícil para qualquer marca estar sempre no topo”, afirma.

O desafio, segundo ela, está em equilibrar pluralidade de estilos e identidade própria. Para isso, a empresária diz querer reforçar o sentido de pertencimento. “Hoje o mercado está saturado. Muitas marcas, inclusive a Shein, fazem peças parecidas. Quero que, ao adquirir nossas roupas, as clientes encontrem também um sentimento de comunidade e empoderamento.”

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