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Celebridades

Djavan volta atrás e diz que hoje não seria contra as biografias não autorizadas

Há 12 anos, ele ficou ao lado dos artistas do grupo Procure Saber em defesa da exigência de autorização prévia para a comercialização de livros biográficos

Redação Jornal de Brasília

13/11/2025 10h12

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Foto: Divulgação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O cantor Djavan disse que, se fosse hoje, teria outro posicionamento em relação à publicação de biografias não autorizadas. Há 12 anos, ele ficou ao lado dos artistas do grupo Procure Saber em defesa da exigência de autorização prévia para a comercialização de livros biográficos.

O cantor e compositor alagoano, que acaba de lançar o disco “Improviso”, afirma que, hoje, teria outra postura. “Na época das biografias não autorizadas, meu posicionamento foi voltado ao coletivo, ao que aquele grupo meu, o Procure Saber, pensava.”

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“Mas eu acho que a biografia não autorizada é mais interessante do que a biografia autorizada. É ali onde você pode buscar uma informação mais crua, mais viva —melhor, na minha opinião. Hoje, o meu posicionamento teria sido outro”, ele diz.

Além de Djavan, o Procure Saber tinha como fundadores Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Erasmo Carlos. Sob liderança da presidente e porta-voz do grupo, Paula Lavigne, eles se uniram a Roberto Carlos, que chegou a tirar de circulação obras sobre sua vida.

Na época, Djavan afirmou em nota enviada ao jornal O Globo que “tais biografias, do modo como é hoje, ela, a liberdade de expressão, corre o risco de acolher uma injustiça, à medida em que privilegia o mercado em detrimento do indivíduo; editores e biógrafos ganham fortunas enquanto aos biografados resta o ônus do sofrimento e da indignação”.

Ele diz agora que seguiu o grupo que integrava. “Embora eu não achasse aquilo normal —aquele posicionamento, na época—, eu era participante de um grupo. Eu disse que sim e, naturalmente, assumo aquilo. Mas hoje eu não assumiria.”

O Supremo Tribunal Federal, o STF, decidiu há dez anos que a publicação de biografias não necessitaria de autorização prévia do biografado ou de sua família. O tribunal considerou inconstitucional por configurar uma forma de censura.

Djavan, que nunca gostou muito de ter sua vida exposta, conta que está ficando mais flexível com a chegada da idade. Tema do musical “Vidas pra Contar”, o alagoano afirma que num primeiro momento foi contra e não queria ter sua trajetória retratada no teatro.

“É sempre uma coisa difícil para mim, que não sou muito afeito à superexposição e que tenho uma vida mais escondida. Não gosto muito de festas, convivo sempre com as mesmas pessoas, num ambiente contido pouca gente, família, alguns amigos”, diz.

O cantor também afirma que pode ser tema de um documentário feito pelo cineasta George Gachot, que já retratou gente como Martinho da Vila e Maria Bethânia na telona. “Vai acabar rolando, porque a gente vai ficando mais velho e vai perdendo a resistência, né? As pessoas vão tomando conta da nossa vida de um modo irreversível. É um horror, mas faz parte.”

Djavan lançou o disco “Improviso”, o 26º de sua carreira, nesta terça-feira. O álbum conta com uma música que ele fez nos anos 1980 para Michael Jackson gravar, uma homenagem a Gal Costa e dá continuidade à sua investigação do amor em canção.

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