Neste sábado, 4/02, a mostra de cinema Um Outro, Eu Mesmo – Variações sobre Gênero no Cinema, em cartaz no CCBB Brasília, promove uma movimentada sessão do longa-metragem francês Tirésia, seguida de um debate. Mediado pelo curador da mostra, Gustavo Galvão, e com a participação de Clara Choveaux, atriz do filme, e da professora e psicóloga Jaqueline de Jesus, o debate será traduzido em LIBRAS para ampliar a discussão e os limites da mostra. A sessão tem início às 17h e a entrada é franca sujeita a lotação.
Na mitologia grega, Tirésias foi um profeta cego que, ao encontrar duas cobras copulando, matou a fêmea e tornou-se mulher. Anos depois, encontrou novamente duas cobras copulando. Dessa vez, matou o macho e voltou a assumir a forma masculina. É desse mito que vem o nome do filme Tirésia, personagem interpretada por Clara Choveaux. Trata-se de uma transexual brasileira que vive com seu irmão se prostituindo nos subúrbios de Paris. Ela é sequestrada por um homem obsessivo e, sem as doses regulares de hormônio, acaba retomando as características masculinas e sendo vítima de uma grande violência. Na fase masculina, Tirésia é interpretada por Thiago Telès. O filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes.
Sobre a atriz Clara Choveaux (convidada do debate)
Clara Choveaux é uma atriz franco-brasileira nascida no Paraguai. Atuou em mais de 20 filmes entre o Brasil, a Inglaterra e a França. De suas principais atuações destacam-se os papeis de Tiresia no filme homônimo de Betrand Bonello, Luisa no filme Exilados do Vulcão e Noite, de Paula Gaitan, e Cinderela no filme Cinderela, de Magali Magistry, Meu Amigo Hindu, de Hector Babenco. Filmes que participaram de festivais importantes como Cannes, Brasília e Sundance. Em 2008, instalou-se no Rio de janeiro onde faz parte da companhia de teatro Studio Stanlislawski. Atualmente ensaia a peça inspirada no livro Os Demônios, de Dostoievski, Noite pesadíssima, e lança seu novo filme brasileiro, Elon Não Acredita na Morte, do diretor Ricardo Alves Jr., que já estreou no Festival de Brasília e no Festival de Macau na China e segue sua carreira no Festival de Rotterdam em 2017.
Sobre a professora e psicóloga Jaqueline Gomes de Jesus
Jaqueline de Jesus é professora de Psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ Campus Belford Roxo). Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Rio). É pesquisadora-líder do ODARA – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (IFRJ). Foi assessora de diversidade e apoio aos cotistas e coordenadora do Centro de Convivência Negra da UnB. Pesquisa e leciona nas áreas de gestão da diversidade, trabalho, identidade social e movimentos sociais, com ênfase em gênero, orientação sexual e cor/raça. É investigadora da Rede de Antropologia Dos e Desde os Corpos e membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). É autora de dezenas de publicações científicas, dentre elas os livros “Transfeminismo: Teorias e Práticas” e “Homofobia: Identificar e Prevenir”; o e-book “Orientações sobre Identidade de Gênero: Conceitos e Termos”; e os artigos “Gênero sem Essencialismo: Feminismo Transgênero como Crítica do Sexo” e “Transfobia e crimes de ódio: Assassinatos de pessoas transgênero como genocídio”.
Sobre o curador Gustavo Galvão
Formado em Cinema (Escuela Superior de Artes y Espectáculos, Madri/2003) e em Jornalismo (Universidade de Brasília/1999), Gustavo Galvão é diretor, produtor e roteirista de dois longas de ficção: Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa (exibido no circuito comercial em 17 cidades brasileiras, entre agosto e novembro de 2014) e Nove Crônicas para um Coração aos Berros (menção especial da FIPRESCI no Festival Internacional del Uruguay; prêmio de melhor direção no Festival de Maringá; exibido no circuito comercial em nove cidades brasileiras, a partir de outubro de 2013; disponível em toda a América Latina no iTunes e na Netflix, bem como na Espanha, no iTunes). Em 2017, filmará o terceiro longa, Ainda Temos a Imensidão da Noite, em coprodução com a Alemanha. Entre 2002 e 2008, Galvão dirigiu sete curtas, exibidos em quase 100 festivais no Brasil e no mundo: A Minha Maneira de Estar Sozinho (2008), A Vida ao Lado (2006), Uma Questão de Tempo (2006), Uma Noite com Ela (2005), Danae (2004), As Incríveis Bolinhas do Dr. Sorriso Sarcástico (2003) e Emma na Tempestade(2002). Com vasta experiência em programação de eventos de cinema, foi curador e organizador de 12 mostras: Wong Kar-wai (2010), Oriente Desconhecido (2008), Nouvelle Vague Ontem e Hoje (2008), Clandestina Liberdade (2007), Analógico Digital (2007), Alemanha, Um Olhar Feminino (2007), Arte em Movimento (2006), Os Irlandeses (2006), Outros Rumos – A Reinvenção do Road Movie (2005), Expressionismo Revisitado (2005), O Novo Cinema Brasiliense (2005) e As Três Chinas (2004). Já colaborou com a programação do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, do Festival Internacional de Cinema de Brasília e da Mostra Câmara Legislativa do Distrito Federal, entre outros. Foi repórter e crítico do Correio Braziliense, entre 1996 e 2003.
Serviço:
Exibição do longa Tiresia e debate sobre conceito de gênero
Data: sábado, 4 de fevereiro, a partir das 17h.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
SCES, Trecho 02, lote 22
CEP: 70200-002 | Brasília (DF)
Tel.: (61) 3108-7600
Ingressos: Entrada franca
Classificação indicativa do filme: 18 anos
Programação completa da mostra Um outro, eu mesmo – variações sobre gênero no cinema: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/um-outro-eu-mesmo/