Neste sábado (04) a mostra de cinema Um Outro, Eu Mesmo – Variações sobre Gênero no Cinema, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília, irá promover uma movimentada sessão do longa-metragem francês Tirésia, de Bertrand Bonello, seguida de um debate.
Mediado pelo curador da mostra, Gustavo Galvão, e com a participação de Clara Choveaux, atriz do filme, e da professora e psicóloga Jaqueline de Jesus, o debate será traduzido em libras para ampliar a discussão e os limites da mostra. A sessão tem início às 17h e a entrada é franca, sujeita a lotação.
Sobre o longa
Sobre Na mitologia grega, Tirésias foi um profeta cego que, ao encontrar duas cobras copulando, matou a fêmea e tornou-se mulher. Anos depois, encontrou novamente duas cobras copulando. Dessa vez, matou o macho e voltou a assumir a forma masculina. É desse mito que vem o nome do filme Tirésia, personagem interpretada por Clara Choveaux. Trata-se de uma transexual brasileira que vive com seu irmão se prostituindo nos subúrbios de Paris. Ela é sequestrada por um homem obsessivo e, sem as doses regulares de hormônio, acaba retomando as características masculinas e sendo vítima de uma grande violência. Na fase masculina, Tirésia é interpretada por Thiago Telès. O filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes.
Trailer do filme
Convidados para o debate
Clara Choveaux
Clara Choveaux é uma atriz franco-brasileira nascida no Paraguai. Atuou em mais de 20 filmes entre o Brasil, a Inglaterra e a França. De suas principais atuações destacam-se os papeis de Tiresia no filme Homônimo de Betrand Bonello, Luisa no filme Exilados do Vulcão; Noite, de Paula Gaitan, e Cinderela no filme Cinderela, de Magali Magistry. Filmes que participaram de festivais importantes como Cannes, Brasília e Sundance.
Atualmente ensaia a peça inspirada no livro Os Demônios, de Dostoievski e lança seu novo filme brasileiro, Elon Não Acredita na Morte, do diretor Ricardo Alves Jr., que já estreou no Festival de Brasília e no Festival de Macau na China e segue sua carreira no Festival de Rotterdam em 2017.
Jaqueline Gomes de Jesus
Jaqueline de Jesus é professora de Psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ Campus Belford Roxo). Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Rio). É pesquisadora-líder do ODARA – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (IFRJ) e autora de dezenas de publicações científicas, dentre elas os livros “Transfeminismo: Teorias e Práticas” e “Homofobia: Identificar e Prevenir”; o e-book “Orientações sobre Identidade de Gênero: Conceitos e Termos”; e os artigos “Gênero sem Essencialismo: Feminismo Transgênero como Crítica do Sexo” e “Transfobia e crimes de ódio: Assassinatos de pessoas transgênero como genocídio”.
Curador Gustavo Galvão
Formado em Cinema e em Jornalismo na Universidade de Brasília, em 1999, Gustavo Galvão é diretor, produtor e roteirista de dois longas de ficção: Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa, exibido no circuito comercial em 17 cidades brasileiras, entre agosto e novembro de 2014; e Nove Crônicas para um Coração aos Berros (menção especial da FIPRESCI no Festival Internacional del Uruguay) com premiação de melhor direção no Festival de Maringá.
Em 2017, irá filmar o terceiro longa, Ainda Temos a Imensidão da Noite, em coprodução com a Alemanha.
Serviço
Exibição do longa Tirésia e debate sobre conceito de gênero
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília – CCBB, SCES, Trecho 02, lote 22
Quando: sábado, 4 de fevereiro, a partir das 17h.
Ingressos: Entrada franca
Classificação indicativa do filme: 18 anos