Larissa Galli
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A efervescência da música brasileira também tem seu lugar ao sol neste fim de semana com três lançamentos de álbuns inéditos. Hoje, a banda pernambucana Eddie traz show do disco Morte e Vida para os palcos do Outro Calaf. Amanhã, é a vez do Teatro Dulcina de Moraes (Setor de Diversões Sul) receber o paulista Chico Salém e seu Maior ou Igual a 2 e os brasilienses da Rios Voadores, que acaba de lançar seu primeiro disco, homônimo.
“Essencialmente rock’n’roll brasileiro, setentista, psicodélico, mambembe e de descontração”. É assim que a vocalista Gaivota Naves define o som produzido pela Rios Voadores. No palco, ela é acompanhada por Marcelo Moura, na guitarra; Tarso Jones, nos teclados; Hélio Miranda, na bateria; e Beto Ramos, no baixo.
Gravado de forma independente em Porto Alegre, o álbum de estreia foi produzido pelos irmãos Gustavo e Thomas Dreher, responsáveis pelo registro de artistas como Júpiter Maçã, Graforréia Xilarmônica e Bidê ou Balde. “Foi um prazer gravar com quem já trabalhou com nossos ídolos”, declara a cantora.
De acordo com Gaivota, o disco é uma junção de todas as composições do grupo, criado em 2013, e está carregado de parceiras e influências dos anos 1970. “A Rios Voadores se vê como uma ponte entre décadas distintas, mas que se complementam”, resume. “Na época de transição do vinil para o CD, muitas bandas entraram no ostracismo e foram esquecidas. Fizemos uma grande pesquisa de sonoridade brasileira desse período para trazer de volta essas influências”, completa.
Lançado nos formatos CD e LP, Rios Voadores tem 11 faixas, tendo apenas uma regravação, Cenouras, versão da faixa gravada pelo grupo Som Imaginário, conhecido pela mistura de rock progressivo com MPB e jazz. As outras 10 são composições autorais e de parceiros de Brasília, como Gabriel Magalhães, Guilherme Cobelo e Viviane Yanagui. “As bandas brasilienses conversam muito entre si e trocam experiências e influências, isso fortalece a cena cultural da cidade”, ressalta a vocalista, que também é integrante do projeto Joe Silhueta, ao lado de Guilherme Cobelo.
“É um momento incrível para a música brasileira. Para todo canto que a gente olha, vemos artistas incríveis e pessoas competentes. Estamos chegando ao fim dessa estagnação cultural padrão”, garante a cantora.
Na mesma noite, no Dulcina, outra aguardada atração sobe ao palco. É o cantor e compositor paulista Chico Salem, que desembarca na capital para lançar seu segundo disco solo, intitulado Maior ou Igual a 2. “Estamos preparando algumas coisas em parceria durante o show. Não é sempre que se tem a oportunidade de se fazer dois lançamentos no mesmo dia”, adianta Gaivota.
Múltiplos encontros e experiências
Quatorze anos após lançar o primeiro trabalho solo, Chico Salem traz em seu novo álbum “um registro dos vários encontros que aconteceram durante esses anos”. Parceiro de Arnaldo Antunes desde a década de 1990, o paulista coleciona várias composições e shows pelo Brasil e pelo mundo.
Ele explica que Maior ou Igual a 2 leva esse nome pois é feito de várias parcerias. “Todas as músicas são resultado de duas ou mais pessoas, direta ou indiretamente”. O álbum traz colaborações de artistas que Chico conheceu ao longo dos seus 20 anos de carreira. Marcelo Jeneci, Zeca Baleiro, Karina Buhr, Fernando Catatau, Bixiga70 e Guizado são alguns dos nomes presentes no novo trabalho.
Além da apresentação no Dulcina, que acontece amanhã, ele toca hoje ao lado de Arnaldo no show de abertura da terceira edição da Bienal do Livro de Brasília, no Estádio Nacional Mané Garrincha (Eico Monumental).
Direto de Olinda
Quem também está na capital são os pernambucanos da banda Eddie, que lançam seu novo álbum, Morte e Vida, hoje, no Outro Calaf, a partir das 22h. Com toda a alegria das ladeiras de Olinda, o grupo é responsável por dar um novo gás à música pernambucana ao misturar o tradicional frevo às suas referências de samba-punk.
Com mais de 25 anos de estrada e sete álbuns lançados, a banda busca explorar novos territórios com o álbum Morte e Vida, que conta com uma mistura do frevo-canção com o bolero, além das referências já conhecidas, como o frevo, samba, rock e reggae.
Serviço:
Chico Salem e Rios Voadores
Amanhã, a partir das 21h. No Teatro Dulcina (Setor de Diversões Sul). Ingressos a R$ 20. Informações: 8121-7041. Não recomendado para menores de 18 anos.
Banda Eddie
Hoje, a partir das 22h. No Outro Calaf (Setor Bancário Sul). Ingressos a R$ 30 (segundo lote). Informações: 3322-9581. Não recomendado para menores de 18 anos.