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Atriz de drama lésbico se afasta do cinema e chama indústria de racista e sexista

Adèle Haenel revelou em entrevista ao ‘FAQ’, veículo de imprensa alemão, sua opinião sobre indústria cinematográfica

FolhaPress

16/05/2022 13h01

Adèle Haenel revelou em entrevista ao ‘FAQ’, veículo de imprensa alemão, sua opinião sobre indústria cinematográfica

Foto/Reprodução

A atriz francesa Adèle Haenel, que estrelou o filme de amor lésbico “Retrato de uma Jovem em Chamas”, de Céline Sciamma, vai se afastar da indústria do cinema por motivos políticos. Ela revelou a informação em entrevista ao veículo de imprensa alemão FAQ.

“A indústria cinematográfica é absolutamente reacionária, racista e patriarcal. Somos enganados quando dizemos a nós mesmos que aqueles que estão no poder são de boa vontade, que de fato o mundo seguiria na direção certa sob sua boa e às vezes inábil gestão. Claro que não. A única coisa que move a sociedade estruturalmente é a luta social. E parece-me que, no meu caso, sair significa lutar”, justificou a atriz.

Dizendo que a partir de agora vai se dedicar apenas ao teatro, Haenel ainda ressaltou que gostaria de participar de projetos com diretoras como Gisèle Vienne, Céline Sciamma e outros cineastas ativistas. “Ao deixar esta indústria, quero fazer parte de um outro mundo, outro cinema”, ela disse.

Segundo Haenel, os movimentos de festivais e instituições do mundo do cinema em prol de mais diversidade são, em suas palavras, uma brincadeira. Ela citou caso do chefe da agência de promoção cinematográfica francesa, Dominique Boutonnat, acusado de cometer agressões sexuais, e criticou o pequeno número de mulheres para a competição oficial do Festival de Cannes de 2022.

“Essa indústria trabalha de mãos dadas com a ordem econômica mundial, onde nem todas as vidas são criadas iguais”, declarou a atriz de 33 anos, que faz filmes desde a adolescência.

Sua estreia nas telas ocorreu com o filme “Les Diables”, de Christophe Ruggia, aos 13 anos. Em 2019, Haenel acusou o diretor de tê-la assediado entre 2001 e 2004, após ela ser escalada para o filme. Após inquérito conduzido pela Procuradoria de Paris, Ruggia foi preso em 2020.

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