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Entretenimento

Arte com liberdade define apresentação no projeto Participação Performance Política

Colaborador JBr

20/10/2016 21h55

Foto: Angelo Miguel

Rosana Jesus
rosana.jesus@jornaldebrasilia.com.br

A trupe, que faz apresentações usando o corpo como ferramenta, faz qualquer lugar de palco, desde casas abandonadas a terrenos baldios. Com o projeto Participação Performance Política (PPP), o grupo Corpos Informáticos se reuniu por uma semana na Zona Rural do Lago Oeste com o intuito de buscar novos meios de exploração da arte de rua. Com um estilo inovado, a equipe de 13 pessoas surpreendeu o público com apresentações inusitadas e polêmicas.

Utilizando a técnica no niilismo, o grupo faz questão de enfatizar a paixão pela busca do nada. A coordenadora do projeto, Bia Medeiros, diz que o principal objetivo é criar uma rede. “Convidamos artistas do Amapá, Rio de Janeiro e Goiânia. Bélgica e Argentina também marcaram presença”. A professora de artes cênicas da UNB conta que a ação busca desenvolver o que tem de melhor na região e visa levar cultura para além da cidade.

Performance em Casa abandonada | Foto: Angelo Miguel

Performance em Casa abandonada | Foto: Angelo Miguel

Os demais integrantes também falam sobre o orgulho em participar do evento. Laís Guedes, de 28 anos, é baiana, mas mora em Buenos Aires e veio ao Brasil especialmente para fazer parte do projeto. “É impossível definir o que é arte. Somos livres, podemos nos expressar da forma que quisermos. Para mim, viver esses momentos é buscar algo sem um objetivo, para que assim não surja o fracasso”, explica .

“Estamos gritando o ‘nada’ aqui. Buscamos lugares abandonados para trazer o bando. Usamos muito o método da deriva, se perder em um lugar, e nisso, nos perdemos sem um propósito”, relata Natasha Albuquerque. A estudante de artes contemporânea acrescenta que é difícil definir a arte em um único significado. “Uma coisa pode significar várias coisas. É algo que vai além sempre.”

Performance em canavial abandonado | Foto: Angelo Miguel

Performance em canavial abandonado | Foto: Angelo Miguel

Naldo Martins, 32, veio de Macapá a convite da coordenação do PPP. “Para mim, é importante porque estou trazendo um pouco do meu estado para cá, além de conhecer um pouco o que o Centro Oeste tem de bom”. Ele fala ainda que o evento é de extrema importância para o cenário artístico brasileiro. “Essa troca com o outro artista é fundamental, até porque somos modernos, diferentes do tipo de arte que as pessoas estão acostumadas a ver.”

Essa é a sétima edição do projeto que, financiado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), recebe artista de qualquer idade ou tamanho. O grupo brasiliense instalou um acampamento durante uma semana longe da cidade, buscando matéria-prima natural e novos conhecimentos sobre o bioma do cerrado. As apresentações foram abertas ao público e tiveram duração de três dias.

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