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Economia

Venda de ações rendeu R$ 49 bi ao BNDES em 2020

Logo após definir suas diretrizes de atuação e estabelecer suas metas de desinvestimento, a instituição financeira vendeu ações

Redação Jornal de Brasília

03/01/2021 8h31

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi um dos agentes do mercado financeiro mais ativos neste ano. Depois de estabelecer uma meta agressiva de enxugamento de sua carteira de renda variável, a pandemia da covid-19 não tirou o banco de fomento do trilho traçado.

Desde o fim do ano passado, logo após definir suas diretrizes de atuação e estabelecer suas metas de desinvestimento, a instituição financeira vendeu cerca de R$ 49 bilhões em ações, incluindo ações do rol das maiores empresas do País, como Vale, Petrobrás e Suzano. Ao final dessas vendas, a carteira do banco ficou em cerca de R$ 70 bilhões.

O diretor de Privatizações do BNDES, Leonardo Cabral, admite que 2020 acabou sendo melhor do que o esperado para a instituição financeira em termos de desinvestimentos. No período, o banco conseguiu vender parte de suas maiores posições da carteira de ações, tal como Petrobrás – vendeu R$ 22 bilhões em fevereiro – e Vale, cerca de R$ 10 bilhões, recursos que foram para o caixa do banco e ajudaram a engordar o lucro.

“Passamos um pouco mais da metade da nossa meta de desinvestir R$ 90 bilhões até o fim de 2022. Saímos de um modelo único de venda, o que foi possível após ajustar nossa política de atuação”, disse Cabral.

As vendas de ações da Vale ocorreram em um momento de mudança de governança da empresa, que deixou de ter um controlador, e com a alta histórica da ação na Bolsa brasileira, na esteira dos preços do minério de ferro, seu produto carro-chefe. Fora a venda do restante das ações da Vale, o BNDES planeja vender, já em janeiro, suas debêntures participativas herdadas da época da privatização da mineradora, uma operação na casa de R$ 6 bilhões. “Será o fim de um ciclo”, diz o executivo.

Redução

O processo de enxugamento da carteira de renda variável do banco de fomento começou no fim de 2019, com o BNDES vendendo sua participação na Marfrig, quando embolsou R$ 2 bilhões em uma oferta de ações na B3. Também vendeu toda sua participação na AES Tietê para sua então sócia na companhia, em uma transação competitiva, num processo de fusão e aquisição (M&A) tradicional. Vendeu, ainda, ações da companhia de logística Hidrovias do Brasil, que abriu seu capital no segundo semestre de 2020. Em outra oferta de ações, se despediu de uma posição antiga, na gigante de celulose Suzano. O banco também vendeu uma série de ações em operações comuns na Bolsas, ao longo de diversos pregões.

Cabral frisa que, se colocar apenas na mesa a participação que o BNDES ainda possui na Petrobrás, que mesmo após a venda neste ano segue como a maior exposição da carteira, valendo algo em torno de R$ 30 bilhões em ações (dependendo do preço da ação, que caiu neste ano), e sua participação remanescente em Vale, o volume já se aproxima do total feito em 2020.

“É o mesmo volume com poucas soluções. Mas não vai parar. Queremos ajustar nossa carteira e sair de posições maduras e entrar em outros tipos de investimento”, comentou o executivo. O BNDES quer sair, assim, dessas grandes empresas que marcaram a história do banco, quando o governo do PT estabeleceu foco na criação das “campeãs nacionais”, para investir em empresas menores e em projetos que têm mais carência de capital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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