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Economia

Trump e pandemia derrubam as Bolsas

Além do discurso de Trump, o mercado também foi abalado pela declaração de pandemia da Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira (11).

Redação Jornal de Brasília

12/03/2020 10h10

US President Donald Trump speaks during a meeting with banking leaders to discuss how the financial services industry can meet the needs of customers affected by COVID-19 at the White House in Washington, DC on March 11, 2020. (Photo by Brendan Smialowski / AFP)

Os mercados europeus operavam em baixa expressiva nesta quinta-feira (12), depois que o presidente americano, Donald Trump, proibiu por 30 dias as viagens de estrangeiros procedentes da Europa para os Estados Unidos, devido à pandemia de coronavírus.

As Bolsas de Madri, Londres, Paris e Frankfurt iniciaram as sessões com quedas superiores a 5%.

Em comparação ao início do ano, os principais índices perderam quase 25%.

Trump anunciou a proibição, a partir de sexta-feira, da entrada de estrangeiros procedentes da Europa (exceto Reino Unido) e recomendou aos americanos que evitem viajar para o exterior, um fato sem precedentes.

Além do discurso de Trump, o mercado também foi abalado pela declaração de pandemia da Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira (11).

O anúncio de Trump pegou os investidores de surpresa, enquanto os mercados esperavam medidas de apoio à economia americana, comentou Vincent Boy, analista de mercado da IG France.

Ele acredita que a queda das Bolsas deve prosseguir a curto e médio prazos.

“Vendam, vendam, vendam”, comentou o analista da AxiCorp Stephen Innes para resumir o ânimo no mercado asiático, após o anúncio de Trump.

“As restrições de viagens significam ainda menos atividade econômica mundial”, afirmou.

“É muito importante que os países e as empresas saibam que o comércio não será afetado de nenhuma maneira pelas restrições às viagens”, tuitou Trump, sem convencer os mercados.

A declaração de pandemia gerou pânico em Wall Street na quarta-feira, cujo principal índice, o Dow Jones Industrial Average, desabou 5,86%, a 23.553,22 pontos: um recuo de mais de 20% em relação ao recorde registrado em fevereiro.

Detectado em dezembro na China, o novo coronavírus infectou 125.293 pessoas, com 4.600 casos fatais, em 115 países e territórios.

Em Tóquio o índice Nikkei fechou em queda de 4,41% nesta quinta-feira, a 18.559,63 pontos. A praça asiática perdeu mais de 20% desde o início do ano.

A cotação do iene, considerado um refúgio para os investidores, subiu em relação ao dólar e ao euro, um movimento desfavorável aos exportadores japoneses.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 3,66% nesta quinta-feira. As perdas foram mais limitadas nas Bolsas da China continental (Xangai com -1,52%, e Shenzhen, -2,2%).

A suspensão dos voos para os Estados Unidos também implica uma queda drástica do consumo de petróleo.

Nas negociações durante a manhã, o preço do barril de petróleo americano WTI perdia 4,73%, a 31,42 dólares, enquanto o barril de Brent, referência europeia, recuava 4,55%, a 34,16 dólares.

No Golfo, a Bolsa de Riade perdia 4,11%, Dubai cedia 7,79%, e Abu Dhabi, 6,45%.

Na última segunda-feira, o mercado de petróleo registrou a queda mais expressiva desde 1991, com um recuo de 25% nas cotações após o fracasso das negociações entre os produtores do Golfo, com a Arábia Saudita à frente, e a Rússia para reduzir a produção. O impasse levou Riade a estabelecer uma guerra de preços.

Agence France-Presse

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