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Economia

Temor de 2ª onda de covid derruba mercados globais; no Brasil, Bolsa cai 3% e dólar vai a R$ 5,79

A moeda americana chegou a subir 1,9% de manhã, sendo cotado a R$ 5,79 – foi a primeira vez em cinco meses que o dólar ultrapassou R$ 5,75

Redação Jornal de Brasília

28/10/2020 16h05

Dólar

Billie dollar. money background

Em um dia marcado pela instabilidade nos mercados internacionais, que acompanham a segunda onda de covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, o dólar se mantém em alta, apesar da realização de um leilão pelo Banco Central, e a Bolsa brasileira tem forte queda. A moeda americana chegou a subir 1,9% de manhã, sendo cotado a R$ 5,79 – foi a primeira vez em cinco meses que o dólar ultrapassou R$ 5,75.

Logo depois das 10h, o Banco Central fez um leilão de moeda americana e a cotação desacelerou para o patamar de R$ 5,73. Às 14h03, o dólar à vista subia 0,86%%, a R$ 5,7316.

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, registrava queda de 3,45% e o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, estava nos 96.169,73 mil pontos. Esse é o menor patamar do índice desde o início do mês – no dia 8, ele bateu nos 95 mil pontos. No mesmo horário, nenhum nos 77 papéis que compõem o Ibovespa tinha alta.

Na terça-feira, 27, o dólar já havia registrado uma disparada, fechando o dia cotado R$ 5,68, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticar a obstrução de projetos de interesse econômico pela própria base aliada do governo. O episódio também causou queda no Ibovespa, que ficou abaixo dos 100 mil pontos.

Nesta quarta-feira, depois das 18h, o Copom anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está em seu nível mais baixo, em 2% ao ano. A expectativa geral é de manutenção desse patamar, o mercado aguarda mesmo é o comunicado do Copom, de olho em possível alteração do tom, diante da subida das expectativas inflacionárias, além da piora de percepção fiscal.

Preocupação com o coronavírus

Os mercados financeiros de todo o mundo têm queda nesta quarta-feira sob uma onda de aversão a risco causada pelo temor de que a reaceleração da covid-19 na Europa e nos Estados Unidos contamine também o processo de retomada econômica dessas regiões. O índice VIX de volatilidade – um termômetro de medo nos mercados- alcançou 40 pontos, patamar que não era visto desde junho.

Em Frankfurt, a Bolsa fechou o dia em queda de 4,17%, depois da informação de que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, conseguiu um acordo para iniciar um lockdown. O índice FTSE 100, de Londres, recuou 2,55% e o CAC 40, de Paris, 3,37%.

Em Nova York, no início da tarde, o Dow Jones marcava baixa de 3,17%, o S&P 500, de 3,07%, e o Nasdaq, de 3,17%. As ações da Boeing recuavam 3,72%, depois de a gigante da aviação informar que teve prejuízo de US$ 466 milhões no terceiro trimestre de 2020. Entre outras companhias que divulgaram balanço nesta quarta, Fiat Chrysler tinha queda de 3,06% e Mastercard, de 6,50%.

Nesse ambiente, o dólar ganha força, enquanto as commodities seguem na direção contrária – o petróleto tem queda de quase 5%.

“O dia é de total aversão ao risco e nem mesmo as empresas que divulgaram resultados positivos escapam desse movimento”, disse Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos. “Além do externo, temos de considerar o ambiente político e econômico do Brasil, com uma agenda bastante complexa e com quadro fiscal apertado”, completou o profissional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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