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Economia

‘Renda Cidadã’ deve substituir Bolsa Família

Bolsonaro dá sinal verde ao relator da PEC do Pacto Federativo, Márcio Bittar, que prevê um conjunto de cortes de despesas

Redação Jornal de Brasília

24/09/2020 7h34

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial no Senado, Márcio Bittar (MDB-AC)

O presidente Jair Bolsonaro foi convencido a dar sinal verde ao relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacto federativo, Márcio Bittar (MDB-AC), para fazer um parecer amplo com um conjunto de medidas de cortes de despesas. Caberá aos senadores incluir as propostas impopulares para aumentar o espaço no Orçamento e garantir a criação do novo programa social do governo que substituirá o Bolsa Família.

Inicialmente batizado de Renda Brasil, o programa poderá agora mudar de nome. Uma das ideias em estudo é trocar para Renda Cidadã, um nome que já estava sob o guarda-chuva do Renda Brasil, que era mais amplo e incluía outras iniciativas de estímulo à geração de empregos e bonificações por desempenho na escola.

Como a proposta é do Senado, a derrubada das medidas mais polêmicas não seria considerada uma derrota para o presidente Bolsonaro. Segundo apurou o Estadão, o projeto terá medidas que atingem os servidores, além de propostas de desindexação (retirar a obrigatoriedade de dar reajustes) e desvinculação (tirar os carimbos) do Orçamento e também a eliminação do piso para a saúde e educação. A unificação de programas menos ineficientes, proposta já criticada pelo presidente, voltou a ser considerada. Técnicos do governo ainda apostam em mudanças no abono salarial, benefício de até um salário mínimo pago a quem ganha até dois pisos.

Técnicos do Congresso afirmam que as discussões sobre as fontes de financiamento para o programa seguem. Além de espaço no teto de gastos, regra que atrela o crescimento das despesas à inflação, é preciso assegurar uma fonte de receitas para bancar uma despesa que será permanente. Daí a importância da desvinculação de recursos e da desindexação de despesas, medidas que são polêmicas – por isso, as discussões no âmbito do Congresso também estão sendo mantidas em sigilo.

A ideia é apresentar o parecer na semana que vem. Bittar tem conversado com a equipe econômica, líderes do governo e o ministro da Cidadania, Onxy Lorenzoni. Até o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi ouvido por interlocutores do relator nessa rodada de negociações, depois que Bolsonaro deu um cartão vermelho para a equipe econômica por condenar a proposta de congelamento dos benefícios previdenciários por dois anos. Porém, há parlamentares que ainda defendem o congelamento para benefícios acima do de um salário mínimo.

A interlocutores, Bittar acenou que, depois dessas conversas, conseguiu criar um consenso em torno de algumas ideias de onde arrumar os recursos para bancar o novo programa. Ele considera o nome o menos importante e pode até mesmo não colocar o nome na proposta, deixando para o governo batizá-lo. A ideia é criar incentivos para os beneficiários deixarem o programa e ter um programa com carteira assinada.

Ao Estadão, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que congelamento, desvinculação, fim do piso de saúde e educação não passam no Senado. Tebet cobra a proposta disse que é melhor receber um má proposta do que ficar no “limbo” atual.” A pior coisa e ficar sem as cartas na mesa”, disse. Segunda ela, o Senado vai “filtrar” a proposta, como fez nas reformas previdenciária e trabalhista.

Em sessão no Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira, 23, os ministros fizerem alertas e passaram recados para a situação grave da crise fiscal e a elaboração do programa. “Precisamos ter fonte para um programa social decente. E não adianta aumentar a receita. Tem que cortar despesa”, disse o ministro Bruno Dantas. Ele criticou a volta da CPMF e disse que o governo precisa ter um plano de saída para a crise.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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