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Economia

Queda do PIB anuncia encolhimento recorde da economia brasileira, avalia CNI

Dados do primeiro trimestre refletem apenas parcialmente os efeitos da pandemia da Covid-19 na economia. A maior redução ocorrerá no segundo trimestre

Redação Jornal de Brasília

29/05/2020 14h16

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5%, entre janeiro e março deste ano, é prenúncio da queda recorde que será registrada no segundo trimestre. Na avaliação da entidade, a retração será maior em abril e não há expectativas de mudanças relevantes no mês de maio. Um dos motivos está mapeado no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que se manteve no menor patamar da série neste mês.

De acordo com a CNI, a queda foi determinada pelos efeitos da crise da Covid-19 que atingiu a economia como um todo na segunda metade de março. Indicadores mensais de atividade econômica apontavam crescimento da economia em janeiro e fevereiro. Na comparação com igual período de 2019, o PIB registrou variação negativa de 0,3%.

A Sondagem Industrial da CNI de abril mostrou que os impactos da pandemia da Covid-19 sobre a atividade industrial e o emprego se disseminaram ainda mais entre as empresas, depois de uma queda sem precedentes em março. A pesquisa registra que metade da indústria ficou ociosa no mês de abril.

Apesar disso, a queda registrada é menor do que a esperada no cenário base do último Informe Conjuntural da CNI, que previa retração de 2,5% no trimestre. Nesse cenário, a queda no segundo trimestre seria de 7,1%, no caso de as medidas emergenciais do governo federal serem eficazes para blindar um número significativo de empresas e famílias e a recuperação teria início em junho. A atividade econômica cairia 4,2% na comparação com 2019.

No entanto, caso as medidas emergenciais não sejam eficazes, como apontado no cenário pessimista, a expectativa é de queda de 7,3% no PIB em 2020. As medidas para a manutenção do emprego têm sido eficazes, enquanto as de redução das despesas da empresa (adiamento no pagamento de tributos e de empréstimos públicos) embora positivas, precisam ser aprimoradas. O maior problema é o acesso a financiamento.

“As medidas de aumento do capital de giro implementadas até agora ainda são insuficientes. Se as empresas continuarem com a dificuldade atual de acesso a capital de giro, o número de falências e o consequente aumento do desemprego comprometerão o ritmo de recuperação”, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. “Algumas iniciativas do governo para elevar a liquidez do sistema financeiro, para reduzir o custo e aumentar a oferta de financiamentos, já foram adotadas. No entanto, em meio a tantas incertezas, essas medidas se mostram pouco eficazes para impedir a insolvência de um grande número de empreendimentos”, completa.

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