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Economia

Presidente da Caixa falou em ‘matar ou morrer’ se filha fosse detida por desrespeitar isolamento

Ao criticar a ação da polícia do Rio de Janeiro, Guimarães não citou nominalmente o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mas fez uma acusação séria ao gestor

Marcus Eduardo Pereira

22/05/2020 18h48

MATHEUS TEIXEIRA
BRASÍLIA, DF

Em meio ao discurso exaltado do presidente Jair Bolsonaro contra governadores que adotam medidas para garantir o isolamento social durante a pandemia do coronavírus, o chefe da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, seguiu a mesma linha e disse que, se um policial prendesse sua filha por ir à praia, iria reagir e poderia “matar ou morrer”.

Ao criticar a ação da polícia do Rio de Janeiro, Guimarães não citou nominalmente o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mas fez uma acusação séria ao gestor.

“E aquele governador roubando”, disse. “Então o governador rouba, aí ele sai prendendo todo mundo, e fica tudo isso por isso mesmo”, complementou em outro trecho.

O presidente do banco estatal fez o comentário ao abordar o caso do ex-nadador e atual deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), que teve a mulher e a filha detidas por terem entrado no mar em Copacabana, na capital do RJ.

“Que porra é essa? O cara vai pro camburão com a filha. Se fosse eu, ia pegar minhas quinze armas e… ia dar uma… eu ia se… eu ia morrer. Porque se a minha filha fosse pro camburão, eu ia matar ou morrer”, disse.

Guimarães revelou temor de ser preso por liberar os R$ 600 do auxílio emergencial e citou o TCU (Tribunal de Contas da União), além de fazer referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes. “Já estou sendo processado também, vamos nós dois juntos pra cadeia, por causa do auxílio emergencial. Sabe que que tem? Tem gente do TCU dizendo que a gente tá {dando} muito e tem gente dizendo que a gente tá {dando} pouco. Ferrou”, disse.

O presidente da estatal também afirmou que o Executivo precisa ter critérios para liberar créditos especiais a empresas durante a pandemia.

“Então, assim, claramente tem que ajudar e eu concordo, tanto que nós emprestamos quarenta e três bilhões de reais pro segmento imobiliário. Um milhão e meio de pessoas deixaram … ser demitidas. Agora, não é pra todo mundo não! Aquela empresa que já estava quebrada antes, por que que a gente vai dar molezinha?”, argumentou.

Além disso, Guimarães disse que considera exagerada a reação ao novo coronavírus. “Eu acho que a gente tá, só o último ponto, num, numa questão de histeria coletiva. Quer dizer, eu posso ter trinta mil funcionários na Caixa, pagando sete milhões hoje, dois milhões na sex … é, segunda. Ontem a gente abriu oitocentas agências, vamos abrir no sábado, no domingo, duas horas antes”, disse.

Ele ressaltou que corre o risco de pegar a doença por ter seguido trabalhando e falou que, se contrair a doença, usará o remédio indicado pelo chefe, o presidente Jair Bolsonaro. “Eu já falei pra minha esposa: se tiver qualquer coisa vou lo … tomar um litro de hidroxicloroquina, aquelas coisas todas”.

Com informações da FolhaPress

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