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Economia

Petrobras aumenta preço do gás canalizado em 33%

O reajuste reflete a recuperação dos preços do petróleo e a desvalorização cambial no trimestre anterior

Redação Jornal de Brasília

04/11/2020 14h19

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro, RJ

A Petrobras anunciou nesta quarta (4) aumento de 33% no preço do gás natural vendido pela empresa às distribuidoras de gás canalizado. O reajuste reflete a recuperação dos preços do petróleo e a desvalorização cambial no trimestre anterior.

O repasse ao consumidor depende da legislação de cada estado. Em alguns casos, os contratos preveem reajuste automático. Em outros, o acerto é feito em revisões tarifárias aprovadas pela agência reguladora estadual.

O preço do gás natural é reajustado a cada trimestre, com base na variação dos preços do petróleo e do câmbio no trimestre anterior. Segundo a Petrobras, a alta do preço em dólar foi de 26%. Considerando a desvalorização cambial, passa a 33%.

O aumento ocorre após dois cortes consecutivos, acompanhando a queda das cotações internacionais durante o período mais crítico da pandemia. Apesar da alta no trimestre, diz a estatal, o preço do gás natural acumula queda de 13%, em reais, desde dezembro de 2019.

O produto é usado por consumidores que recebem gás canalizado e é importante insumo industrial, com grande peso nos custos de setores como químico, vidros e energia, por exemplo. Foi eleito como uma das prioridades do ministro da Economia, Paulo Guedes, que prometeu um “choque de energia barata” com o fim do monopólio no setor.

Grandes consumidores esperam que, em São Paulo, os preços finais subam entre 15% e 25%. No estado, o repasse depende de aprovação da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo). Em agosto, quando a Petrobras cortou os preços em 22%, não houve repasse no estado. Já em maio, as tarifas caíram entre 0,9% e 28%.

No Rio, onde o repasse é automático, a Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento) suspendeu o aumento, alegando que o momento “não é propício” para alta de preços do combustível. “Muito pelo contrário, o período é de contribuição pelo bem comum, de amparar a população”, afirmou a agência.

Nos dois cortes anteriores, as duas distribuidoras que atendem o estado repassaram a queda aos consumidores. Procurada, a Naturgy, que opera as duas empresas, ainda não se pronunciou sobre a suspensão do reajuste.

O governo e grandes consumidores apostam na aprovação do novo marco regulatório do setor para atrair novos investidores e promover competição no fornecimento de gás, hoje quase totalmente dominado pela Petrobras. A expectativa é que a concorrência ajude a reduzir os preços do combustível.

Para fomentar a competição, a própria estatal vem se desfazendo de ativos de transporte e distribuição de gás natural. A empresa já vendeu duas das três grandes redes de gasodutos do país e negocia sua fatia na Gaspetro, empresa que tem participação em distribuidoras estaduais de gás canalizado.

Além disso, assinou no mês passado acordo com sócios de campos no pré-sal para criar uma empresa que vai controlar os dutos que trazem o gás do pré-sal ao continente. São três grandes dutos, dois deles já em operação e um terceiro em construção.

Uma das ideias em estudo pelo grupo, que inclui as petroleiras Shell, Repsol e Galp, é fazer uma oferta pública de ações dessa companhia para recuperar parte dos investimentos já realizados, assim como incentivar novos investimentos em rotas de escoamento da produção.

As informações são da Folhapress

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