O novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, citou nesta terça-feira, 16, cinco metas a serem cumpridas pelo banco de fomento no ano de 2019.
A primeira meta, segundo ele, é “explicar a caixa preta” do BNDES para a população. A segunda meta é acelerar a venda de participações especulativas em bolsa que o banco ainda tem na ordem de R$ 100 bilhões.
Montezano afirmou ainda que pretende concluir a devolução de recursos de R$ 126 bilhões ao Tesouro ainda sete ano. Outra meta é adotar, no BNDES, um plano trianual “com metas claras e redirecionamento do banco”, disse Montezano.
Por fim, o novo presidente do banco de fomento afirmou que tem como meta melhorar de forma substancial a prestação de serviços ao Estado.
Em seu discurso, Montezano também afirmou que, a partir de agora, o alinhamento com governo é total. “Estamos 100% alinhados com o governo”, disse.
Guedes: primeira meta de Montezano é devolver dinheiro para a União
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 16, durante evento no Palácio do Planalto, que a primeira meta do novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, será “devolver dinheiro para a União”. Pouco antes, Montezano já havia indicado que sua meta é concluir a devolução de recursos de R$ 126 bilhões ao Tesouro ainda este ano.
Guedes afirmou ainda que o BNDES vai trabalhar para acelerar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e a infraestrutura brasileira. “Montezano passou 6 meses com o Salim (Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia) fazendo programa de privatizações”, pontuou Guedes. “Nós vamos acelerar as privatizações com o Salim Mattar”, acrescentou.
O ministro afirmou ainda que outro trabalho do BNDES será atacar o problema do saneamento básico no Brasil. “Há 40 mil crianças que morrem no Brasil por falta de saneamento”, pontuou. “A média de vida do Nordeste é mais baixa por conta de mortalidade infantil, porque falta saneamento”, disse. Conforme Guedes, o BNDES atuará na área de saneamento.
Guedes disse ainda, ao tratar da atuação do BNDES na área de crédito, que o dinheiro “tem que ser baixo para todo mundo e não para alguns brasileiros”. Durante sua fala, ele lembrou que, durante anos, o BNDES ofertou juros mais baixos a segmentos específicos da economia, em detrimento do restante da população
“O projeto nosso é desestatizar o mercado de crédito brasileiro”, afirmou Guedes. “Há uma série de imperfeições que jogam o juro para a lua. As empresas vivem um flagelo”, avaliou
O ministro da economia contou que, há algumas décadas, costumava chamar o BNDES de “Recreio dos Bandeirantes”, em referência a uma área famosa da cidade do Rio de Janeiro. Isso porque, conforme Guedes, “os empresários paulistas ficavam no Rio, na praia, e tomavam dinheiro barato no BNDES”. “Essa mania de campeões nacionais é antiga.”
De acordo com o ministro da Economia, o novo presidente do BNDES vai desalavancar o banco de fomento e mandar recursos para a União.
Estadão Conteúdo