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Economia

Imposto sobre cesta básica liberaria R$ 24 para o Bolsa Família, diz assessora de Guedes

Estudos sobre a substituição do benefício tributário da cesta básica por um pagamento direto ao programa de assistência social já haviam sido apresentados pelo governo no fim do ano passado

Redação Jornal de Brasília

11/08/2020 18h08

Bernardo Caram
Brasília, DF

A assessora especial do Ministério da Economia Vanessa Canado afirmou nesta terça-feira (11) que o fim da isenção tributária da cesta básica permitiria ao governo compensar famílias mais pobres com um aumento de R$ 24 nos benefícios do Bolsa Família.

Em videoconferência com representantes do setor financeiro, a assessora do ministro Paulo Guedes disse que essa discussão será feita em conjunto com a reformulação do Bolsa Família, que passará a se chamar Renda Brasil.

Estudos sobre a substituição do benefício tributário da cesta básica por um pagamento direto ao programa de assistência social já haviam sido apresentados pelo governo no fim do ano passado, mas a proposta ainda não foi oficializada.

Com o fim da isenção, o governo poderia reduzir renúncias tributárias em R$ 12 bilhões ao ano e repassaria R$ 4 bilhões para bancar a compensação aos beneficiários do programa social.

“Com R$ 4 bilhões, que é o que gente estima, você focaliza [o benefício] com essa devolução”, afirmou Vanessa.

Membros do Ministério da Economia avaliam que a isenção da cesta básica é um benefício de custo elevado e que gera distorções. Como o desconto do imposto é feito sobre todos os produtos da cesta, pessoas de renda média e alta que consomem esses itens também são beneficiadas.

O governo cogitou extinguir a isenção concedida a esses produtos já na primeira fase da reforma tributária, na qual propôs unificar PIS e Cofins na chamada CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). A ideia, no entanto, acabou adiada.

Ao apresentar a proposta da CBS em julho, a assessora especial de Guedes disse que o governo ainda pretende acabar com o benefício da cesta básica. “A questão não foi abandonada, mas, neste momento, o governo está concentrado em reformular um programa de transferência de renda que seja mais focado. Isso é fundamental para compensar pessoas de baixa renda que eventualmente seriam oneradas com o fim da isenção da cesta básica”, afirmou na ocasião.

A desoneração do PIS/Cofins da cesta básica foi implementada por uma MP (medida provisória) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e convertida em lei pelo Congresso.

Antes disso, as alíquotas de PIS/Cofins aplicadas pela Receita Federal aos produtos da cesta básica variavam de 0,65% a 7,6% dependendo do regime de tributação.

Na lista de produtos com o benefício, estão, por exemplo, farinha, leite, café, óleo, queijos, massas e carnes bovinas, suínas, de aves e peixes, além de papel higiênico e produtos de higiene bucal.

Para ampliar número de beneficiários e o valor do Bolsa Família, o governo também pretende revisar ou extinguir outros programas considerados ineficientes, como o abono salarial e o seguro defeso (pago a pescadores).

As informações são da FolhaPress

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